Foi finalmente aprovado o apoio que a Câmara de Azambuja vai dar aos bombeiros para aquisição da viatura de desencarceramento. A proposta socialista sobrepôs-se à do PSD em reunião de Câmara desta terça-feira e foi aprovada com os votos a favor do PS, tendo recebido os votos contra do PSD. O Chega não se fez representar. O município vai agora fazer um protocolo com a associação mediante a apresentação de um empréstimo bancário no valor de 250 mil euros a 15 anos, conforme o PS sempre quis. Silvino Lúcio voltou a reafirmar que não consegue apoiar de outra forma, porque só neste ano teve de devolver 2 milhões 700 mil euros ao Estado em impostos. Recorde-se que este tipo de procedimento que o município tem levado a cabo tem sido altamente criticado pela oposição, segundo a qual está a ir contra o que diz a lei das finanças locais. Silvino Lúcio não deixou de notar que aquando da aprovação em 2018 de um protocolo em todo semelhante para os bombeiros de Alcoentre, o vereador do PSD Rui Corça não teve o mesmo tipo de dúvidas.
A proposta do PSD que visava a atribuição da verba sem que a instituição recorresse a empréstimo bancário, mas encaixada no orçamento municipal do próximo ano, também foi votada mas depois da do PS, ou seja já sem qualquer efeito prático. Rui Corça expressou que o PSD votaria sob protesto. Antes salientou o que considera ser o grande logro do PS no tratamento de todo este dossier, até porque, segundo o mesmo, os juros vão ter uma parte importante neste empréstimo, e feitas as contas o apoio da autarquia não deverá ir além dos 160 mil euros.
Antes e no início da reunião de Câmara, os vereadores do PSD apontaram baterias a toda a conduta do comandante dos bombeiros de Azambuja, referindo que a mesma será alvo de análise das competentes instâncias judiciais, e até da Polícia Judiciária. Para além disso, remeterá a análise do Tribunal Constitucional o texto presente na petição levada a cabo pelos bombeiros que reuniu 1100 assinaturas que visava condenar a postura de PSD e do Chega. Segundo o vereador do PSD trata-se de uma forma de condicionar o voto e o livre pensamento dos eleitos por parte de uma força exterior, como é o caso dos bombeiros neste caso.
Rui Corça entende que há quem esteja a perseguir determinados interesses, com o propósito também de “criar um embuste à nossa volta”. “Fomos alvo do mais reles ataque político de que há memória”, não teve dúvidas em referir. Corça referiu-se ainda às declarações de Ricardo Correia na Rádio Valor Local quando o comandante instado a manifestar-se sobre que modalidade de apoio preferiria, a do PSD ou a do PS, respondeu que apenas quer a viatura independentemente da forma de financiamento. Sobre estas declarações, Corça desferiu – “O senhor Ricardo Correia não passa de um criançola irresponsável”. Ricardo Correia presente na sala chamou “palhaço” a Rui Corça, ao que o Valor Local apurou. “Cuidado senhor Ricardo Correia quem comanda os seus subordinados através do medo acaba por ter um fim trágico”. Rui Corça foi mais além: “O povo do nosso concelho sabe distinguir um pulha de quem vive a sua vida baseado na verdade”.
Na resposta, o presidente da Câmara Silvino Lúcio condenou as palavras de Rui Corça, e acrescentou: “Devolvo as palavras que utilizou à procedência”, não deixando de notar que desta forma, o PSD inviabilizou a sua relação com os bombeiros de Azambuja.