Sem médico de família, em alguns casos, desde o início da pandemia, que muitos utentes sem possibilidade de recorrerem ao privado apenas foram ao médico assim que o programa foi implementado a sete de junho deste ano. José Manuel Franco, presidente da Cerci Flor da Vida, que gere o programa Bata Branca no concelho de Azambuja dá conta de situações limite em que os utentes tiveram de ser referenciados para cirurgia no Hospital de Vila Franca de Xira pelos médicos daquele programa Nos primeiros três meses 233 pessoas foram indicadas para cirurgia. Este foi um dado que chegou a assustar alguns médicos do programa face ao excesso de casos graves que chegaram ao consultório. “Tivemos situações graves, ao ponto de se ter chamado o INEM”.
José Manuel Franco lembra que nem tudo foram rosas na implantação do projeto com alguns avanços e recuos por parte da ARS-LVT, e fala num protocolo que acabou por ser bem negociado ao contrário do da Misericórdia de Benavente, cuja salvaguarda inscrita no contrato de que a IPSS não poderia recrutar médicos que trabalhassem num raio de vários quilómetros acabou por inviabilizar um maior sucesso do projeto. “Lemos muito bem a lei das acumulações privadas. Enquanto o protocolo de Benavente referia na cláusula 17ª que os médicos que trabalhassem no SNS não poderiam acumular funções no Bata Branca, no nosso caso esforçámo-nos para que não constasse. O protocolo foi assinado de acordo com aquilo que nos propusemos no início”. Depois de ter começado em Azambuja, o programa Bata Branca já se estendeu alguns dias por semana ao Centro de Saúde de Aveiras de Cima. Nalguns sábados já vai sendo assegurado o atendimento complementar onde se podem dirigir também utentes de outros concelhos. São atendidas no limite 12 pessoas.
(Já depois da publicação, fomos contactados pela Cerci que refere que nem todas as referenciações foram para cirurgia para o hospital de Vila Franca de Xira e outras unidades hospitalares. )