O ator Gabriel Silva vai voltar a vestir a personagem de Salgueiro Maia. No próximo dia 24 de abril, nas instalações da antiga Escola Prática de Cavalaria de Santarém, será recriada a saída das tropas que fizeram render o Governo no dia 25 de abril, que culminou na queda do regime.
“Com metade da idade do 25 de Abril, Gabriel Silva considera um desafio fazer este tipo de trabalho. Recorda que começou com 18 anos”.
Com 25 anos, Gabriel Silva, sublinha a curiosidade de ter nascido precisamente um quarto de século depois da “Revolução” e encarnar o Capitão de Abril, algo que já faz desde 2017.
De regresso, Gabriel Silva sublinha que o convite partiu da “Comissão 25 de Abril”. O ator explica que tudo partiu de uma antiga professora sua, Margarida Gabriel. A comissão já tinha visto um cartaz de uma peça sua e rapidamente o nome de Gabriel Silva foi para cima da mesa.
Gabriel Silva, agora professor e ator, tem estado no papel de Salgueiro desde 2017 e o que é curioso é que a personagem ultrapassa muitas vezes o próprio ator: “Há pessoas que me conhecem como o Salgueiro Maia”. “Eu gosto muito da personagem, desta veia militar, que ficou dentro de mim, que até mesmo durante a pandemia fiz questão de gravar o discurso do Salgueiro Maia às tropas em vídeo e publicá-lo na internet, por ser uma personagem tão querida para mim, e porque também marcou de certa forma o meu começo nesta área”.
“Percebo agora que ainda me surpreendo com o que acontecia há 50 anos”
Com metade da idade do 25 de Abril, Gabriel Silva considera um desafio fazer este tipo de trabalho. Recorda que começou com 18 anos. “Inicialmente era assustador fazer uma personagem que ainda por cima existiu e que as pessoas conhecem bem, e tinha algum medo e receio de não fazer jus à sua figura, ou de alguma forma pela minha experiência ridicularizá-la”.
Passados estes anos, “percebo agora que ainda me surpreendo com o que acontecia há 50 anos”. Para o ator, é importante manter viva a memória de Salgueiro Maia e da “Revolução dos Cravos” para as gerações mais novas.
“E para mim, enquanto jovem, hoje em dia, ter a oportunidade de fazer isto é também dar a minha contribuição para que possamos manter a nossa liberdade e a liberdade no nosso país”.