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Empresa de Cannabis insolvente deve cerca de 8 milhões de euros aos credores

Anunciado o projeto com grande otimismo pelo município, bastou dois anos para VF1883 ter arranjado mais de 80 credores. Vai por água abaixo projeto que podia catapultar o concelho para uma indústria emergente.

O projeto de instalação da VF1883 Pharmaceuticals no concelho de Benavente foi anunciado com pompa e circunstância em inícios de 2019, mas volvidos quatro anos parece estar condenado ao fracasso, já que enfrenta um processo de insolvência envolvendo verbas avultadas. No total a empresa, segundo apurou o Valor Local, junto de fonte do processo ligada ao administrador de insolvência, deve aos credores 7 milhões e 800 mil euros, entre instituições bancárias, empresas do setor agrícola e farmacêutico, Segurança Social, Finanças, mas estende-se ainda ao próprio proprietário do terreno na Herdade de Porto Seixo, José António Inácio, o qual contactado pelo Valor Local, demonstrou estar agastado com a situação não querendo prestar declarações . “Não quero falar nada sobre essa empresa”, demonstrou. No total são mais de 80 credores, alguns dos quais do concelho de Benavente e da região. A VF 1883 Pharmaceuticals declarada insolvente pelo Tribunal de Santarém no dia 23 de novembro de 2022 tem agora até abril para apresentar um plano de insolvência ao administrador de insolvência e à assembleia de credores, em que deve constar a reestruturação da sua atividade e respetivos custos.

Recorde-se que esta empresa ligada a uma multinacional canadiana pretendia investir fortemente no cultivo de cannabis no concelho de Benavente. O presidente da Câmara, Carlos Coutinho, via com bons olhos esta possibilidade que teve o melhor acolhimento por parte do executivo em 2019, até porque previa a possibilidade de vir a gerar mais de 600 postos de trabalho. O negócio visava a plantação de 261 hectares na Herdade de Porto Seixo numa parcela de terreno compreendida entre a concessão da A10 e a Estrada dos Alemães. O mesmo projeto previa uma exploração composta por 10 pavilhões com o total de 67 mil 521,75m2 de área de implantação/construção; instalação social com 3500m2 de área de implantação/construção; instalação técnica com um total de 1279,50m2 de área de implantação/construção, e a construção de seis estufas com uma área de implantação de 139 mil 279,00m2. O projeto previa-se que fosse executado em seis fases.

Depois de ter obtido licença do Infarmed em 2020 para avançar, ainda chegou a ser cultivado o produto em causa, mas os postos de trabalho revelaram-se aquém das expetativas. A empresa em causa, ligada a uma multinacional do Canadá, obteve autorização em simultâneo com outras que também se instalaram há poucos anos no país: a “Terra Verde”, em Alcochete, a “RPK Biopharma”, em Sintra e em Aljustrel, a “Sabores Púrpura”, em Tavira.

Segundo a mesma fonte ligada ao processo de insolvência ao Valor Local, “houve agora em janeiro uma assembleia em que a empresa disse que queria continuar, em que solicitou ser a própria a controlar o seu património e não o administrador de insolvência, pediu para entregar esse plano no prazo de dois meses (a contar de janeiro) que pode ser prorrogado por mais um”. A mesma fonte considera que face aos montantes em causa “dificilmente, a empresa terá condições para fazer face ao pagamento a todos os credores envolvidos” a julgar pelo património da VF1883 Pharmaceuticals. “Pode mesmo ser impossível”, declara. A insolvência foi requerida por um dos principais credores, a Fluxoterm-Climatização Lda. Se não conseguir cumprir o plano de insolvência, “o processo segue para liquidação para pagamento aos credores”.

Segundo o que o Valor Local apurou apesar de ter dado início à produção, a empresa não conseguiu comercializar o produto, tendo em conta as regras apertadas do Infarmed para este efeito. O Valor Local contactou a empresa e aguarda pelas suas declarações face a este processo. Contactámos ainda Carlos Coutinho, presidente da Câmara de Benavente, que lamenta o que está a acontecer, nesta fase, à empresa mas prefere sublinhar à nossa reportagem o bom andamento de outros três projetos no concelho, declarando que esta indústria “está muito forte” no município. Representa, por isso, “uma indústria de futuro com grande expansão na Europa e em todo o mundo”.

Notícia em desenvolvimento na próxima edição impressa do Valor Local.

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