Sou o Paulo Colaço e ponho já as minhas cartas na mesa: sou profissional de comunicação, sou benfiquista e militante do PSD.
Saúdo o auditório da Rádio Valor Local, em especial o Miguel Rodrigues, que me desafiou para este comentário semanal.
E o tema deste primeiro episódio não pode ser outro: o Orçamento do Estado.
Esta experiência de António Costa como Primeiro-ministro trouxe a Portugal uma extraordinária novidade: quanto melhor é o Orçamento, pior é a governação.
Não há dúvida de que o Orçamento para 2024 tem tudo o que os portugueses querem ouvir: alívio fiscal e subida de rendimentos.
O problema é que o Partido Socialista rebentou os serviços públicos para poder dar às pessoas essa sensação de subida de rendimentos. Muitos batem palmas, mas quando acordarem vão perceber que os patacos que António Costa nos dá a mais não chegam para pagar no Privado os serviços que deixámos de ter no Público.
De que vale aos portugueses ter uns tostões a mais na carteira se depois há greves em todos os setores; faltam professores nas escolas; os médicos preferem ir para o privado; os enfermeiros estão no Reino Unido; chove nas salas dos tribunais; os funcionários judiciais estão a reformar-se, são cada vez menos e não conseguem dar vazão a tantos processos; os polícias ganham uma miséria; os comboios estão sempre atrasados ou em greve.
Enfim, o estado do Estado é deprimente.
E a economia não está melhor.
Os números que todos temos dizem que estamos à beira de uma estagnação ou mesmo de uma recessão. É esse o cenário para os próximos tempos.
Porquê? Porque falta otimismo!
Há três tipos de pessoas que fazem o país progredir: os que podem gastar, os que podem investir e os que podem dar emprego. Enquanto o governo não der otimismo a estes três grupos, Portugal não levanta.
Termino dizendo que qualquer orçamento é uma previsão. O governo previu a receita que vai arrecadar, previu a despesa que vai fazer, e eu prevejo que nada disto será cumprido. É demasiado bonito para ser verdade.
Até para a semana.