Sim, vou falar da vitória antecipada de Pedro Nuno Santos na eleição para secretário-geral do Partido Socialista.
José Luís Carneiro foi o primeiro a apresentar-se enquanto candidato.
É um dos ministros mais elogiados deste governo, talvez o único. Caiu nas boas graças dos jornalistas e dos comentadores pela sua forma calma, franca e correta de abordar os temas da sua área. É tão direto a falar que nem parece um socialista.
O problema, pelo menos para José Luís Carneiro, é que aquilo que lhe sobra em maturidade, competência e respeito público, não chega para cobrir o que lhe falta em tração eleitoral. José Luís Carneiro não entusiasma. Nem dentro, nem fora do PS.
Não tem um clube de fãs, não tem uma voz cativante, não tem aura de vencedor nem aquela bazófia que costuma acompanhar os predestinados a liderar.
A sua candidatura foi o pior que poderia ter acontecido a António Costa. O futuro ex-primeiro-ministro queria controlar a sua sucessão. Queria que Pedro Nuno Santos não ganhasse. E queria que o combate fosse pelo menos de igual para igual entre o “seu” candidato e Pedro Nuno. Não vai conseguir nada disso.
E muita sorte terá se conseguir que alguém com mais notoriedade que queira disputar com o atual ministro José Luís o pouco espaço que o anterior ministro Pedro Nuno vai deixar vago para os “Costistas”.
É que a generalidade dos militantes vai preferir votar em Pedro Nuno Santos, para que o PS tenha alguma possibilidade de vencer as legislativas que Marcelo empurrou para março, num gesto de “amizade até ao fim” com o PS.
Portanto, só temos de nos recostar na cadeira e esperar a data eleitoral para ter a resposta à pergunta que todos fazem: por quanto ganhará Pedro Nuno Santos?