Na última reunião de Câmara de Azambuja e referindo-se à notícia do Valor Local, segundo a qual o município de Azambuja já recebera os 2,7 milhões de euros do Fundo Ambiental relativos ao parque fotovoltaico da Torre Bela, o vereador do PSD, Rui Corça, deduziu que se não fosse a ação do seu partido, no mandato passado, autarquia nunca teria recebido estas verbas. Recorde-se que o Estado decidiu compensar os municípios que recebem aquele tipo de estruturas nos seus territórios através da fixação de 13 mil e 500 euros por cada megawatt instalado ao abrigo do decreto-lei n.º 72/2022, de 19 de outubro. O Parque Solar da Torre Bela possuirá 638 mil 400 painéis para 272Mw de produção de energia elétrica capaz de abastecer 110 mil residências.
O autarca reportou-se ao ano de 2020 quando começaram a ser apresentados na Câmara de Azambuja os primeiros projetos para a criação de centrais fotovoltaicas no concelho, no seguimento do leilão solar que ocorrera um ano antes. Logo de início, a Iberdrola que tinha em mente criar o seu projeto numa quinta em Vila Nova da Rainha, rapidamente rumou ao concelho de Alenquer, face ao intenso debate e contestação que esta temática estava a suscitar por parte da oposição na Câmara de Azambuja, sobretudo através do PSD, que nesta fase reclama os louros face a esta benesse dos 2,7 milhões de euros. No município de Alenquer, a instalação das ditas centrais foi muito mais amena e sem vozes de protesto e os processos foram aprovados rapidamente. O autarca lembrou que ficaram de fora do acesso às verbas do fundo ambiental todas as centrais aprovadas antes de outubro de 2022, pelo que o município de Azambuja conseguiu aproveitar aquela janela de oportunidade, porque o debate político, as dúvidas, e os próprios acontecimentos que rodearam uma caçada ilegal que culminou na morte de centenas de animais na Torre Bela fizeram adiar a aprovação na Câmara, que só aconteceu depois da publicação do decreto-lei.
Silvino Lúcio, presidente da Câmara, condenou a atitude de Rui Corça de querer chamar a si o mérito desta “conquista”. Já Inês Louro, atualmente, vereadora do Chega, mas à época presidente de junta e eleita do PS na Assembleia Municipal de Azambuja, lembrou que também ela lutou contra as centrais fotovoltaicas e que também terá a sua quota parte de “mérito”.