O Teatro Estúdio Ildefonso Valério (TEIV), espaço artístico, situado em Alverca do Ribatejo, apresentou num evento que contou com um espetáculo do cantor Paulo Brissos, a programação planeada para o ano 2025.
O Valor Local esteve à conversa com Rui Dionísio, diretor Artístico do TEIV, que recentemente, viveu tempos atribulados ao ter ficado de fora dos apoios plurianuais da Direção Geral das Artes. Questionado quanto a alguma alteração nesse campo, Rui Dionísio, explicou, que da parte do Governo central continua-se ainda a aguardar pelos resultados do novo programa de apoio sustentado plurianual. No entanto e para este ano de 2025, à semelhança do que já tinha acontecido no ano passado, a Coligação Nova Geração, na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, no âmbito das negociações do orçamento municipal, manifestou um posicionamento, quanto ao funcionamento do Teatro Estúdio, e dessa forma, foi incluída no orçamento municipal, uma verba destinada para o efeito.
Segundo Rui Dionísio, importa separar as coisas. Uma coisa é a companhia Cegada, enquanto entidade de criação artística. Outra, é o serviço público que a Companhia Cegada presta a toda a comunidade por colocar o Teatro Estúdio Ildefonso Valério, também ele um edificado público, ao serviço do cidadão, ao serviço de toda a comunidade, “nomeadamente com o desenvolvimento das oficinas do serviço educativo, de acolhimento de espetáculos de criadores nacionais”, porque “não são espetáculos da companhia, mas que estão em circulação por outros pontos do país e que por essa razão integram a programação do espaço”. A realização de ciclos de teatro escolar resultantes do já referido serviço educativo é importante “pois que se mantenha”, e dá como exemplo “ter escolas com todas as condições técnico-artísticas para apresentarem os seus espetáculos”.
Tudo isto só foi possível, diz-nos ainda, devido ao “apoio extraordinário” da coligação Nova Geração (PSD e CDS-PP), que permitiu que pela primeira vez aquele equipamento cultural público, tivesse sido rubricado em Orçamento Municipal, sendo essa a razão pela qual, apesar de não ter o apoio da Direção Geral das Artes, “tenha sido possível apresentar uma programação artística no ano passado 2024 e este ano também de 2025”.
No que diz respeito a essa programação, o TEIV e a Companhia Cegada, vão repor dois espetáculos, “A Recusa de Bartleby” de Ricardo Cabaça, a partir de Herman Melville e “Num país onde não querem defender os meus direitos, eu não quero viver”. Heinrich von Kleist é o autor e o espetáculo segue a adaptação de Jorge Silva Melo. Acerca das novas criações, Rui Dionísio, diz que no Dia Mundial do Teatro, estreia a comédia de Eugene Labiche, “Concerto Democrático” e no último dia de outubro, chegará à cena “Transparentes”, da autoria do angolano Ondjaki, com dramatização de Marta Dias. Para os mais novos, destaca-se o “Gigante Egoísta” de Óscar Wilde, já no 12º ano de exibição.