A Associação Nossa Senhora do Paraíso promove este domingo, 30 de novembro, um almoço solidário no salão da Confraria de Nossa Senhora do Paraíso, em Vale do Paraíso. O encontro, que já reúne várias mesas reservadas, será também o primeiro momento de visita pública às novas instalações do futuro Lar Residencial, atualmente em fase final de construção. O presidente da direção da instituição, José Eduardo Pereira, sublinha que o almoço é uma forma de aproximar a comunidade deste projeto estruturante. “Temos pessoas que vêm de vários pontos do país. É um momento de convívio e também uma oportunidade para os sócios e amigos conhecerem a obra, porque esta casa é de todos nós”, afirma.
A ANSP tem recorrido com frequência a iniciativas solidárias para reforço de fundos. “Ser sócio custa dois euros por mês. É insignificante, mas faz muita diferença para a instituição. Queremos ter cada vez mais pessoas connosco”, refere José Eduardo, que destaca ainda a futura criação de uma parede dos mecenas, onde serão registados os donativos de empresas e particulares. “É uma forma de agradecer e de reconhecer quem nos apoia.”
A construção do novo edifício resulta de uma candidatura ao Programa PARES apresentada ainda antes da pandemia. Entre mais de mil instituições concorrentes, apenas cerca de quatro dezenas avançaram para obra, devido ao aumento dos custos de construção. “Os materiais subiram cerca de 40 por cento e isso colocou muitas instituições em risco. Avançámos porque não tínhamos alternativa. Com 14 camas não conseguimos responder à lista de espera. Há uma enorme lacuna na resposta social do país”, explica.
A nova estrutura vai acrescentar 37 camas à atual capacidade e inclui dois pisos inteiramente dedicados a suítes, além de piscina terapêutica e ginásio. “É um edifício bonito, com vista sobre Vale de Veiras e toda a freguesia. Estamos a trabalhar para que esteja operacional em 2026”, adianta José Eduardo. Para concluir a obra, a instituição aguarda ainda um reforço de financiamento, nomeadamente face ao peso do IVA. “Só o IVA representa cerca de 300 mil euros. É um garrote para qualquer projeto social”, frisa.
Na entrevista ao Hora Extra da Rádio Valor Local, o presidente da ANSP recorda também a evolução da instituição ao longo de mais de três décadas. “Começámos em 2005 com o Centro de Dia. Depois veio o Serviço de Apoio Domiciliário, mais tarde o Lar. Crescemos com muito esforço, muita resiliência e uma equipa extraordinária”, descreve. A instituição foi expandindo instalações e serviços, sempre com forte articulação com as restantes entidades da freguesia. “Temos uma relação muito próxima com a igreja, a Banda Escola de Música, o rancho, os caçadores, toda a comunidade. Trabalhamos muito em equipa.”
Sobre a relação com o município, José Eduardo destaca a continuidade de apoio. “O presidente Silvino manteve a trajetória de colaboração e, em vários casos, até reforçou essa proximidade. Ele próprio tem uma ligação forte à área social, o que faz diferença”, afirma. Para o futuro, o dirigente espera que a autarquia avance com os arranjos exteriores junto ao novo edifício, num terreno entretanto adquirido, criando um espaço ajardinado e ligação entre ruas. “É importante para a instituição e para a freguesia.”
Quanto ao crescimento da resposta social, José Eduardo admite que os próximos anos serão de grande pressão sobre as instituições. “A zona norte da área metropolitana está a concentrar cada vez mais população e necessidades sociais. Vamos precisar de mais camas e mais soluções. As IPSS são fundamentais, mas precisam de apoio.” Sobre a sua própria continuidade, refere que o mandato termina no próximo ano e que não voltará à presidência. “Há uma equipa jovem e competente para continuar. Poderei ajudar noutro órgão, se assim fizer sentido.”
O almoço solidário deste domingo marca assim mais um passo na ligação entre a comunidade e um projeto que promete transformar a capacidade de resposta social de Vale do Paraíso e do concelho de Azambuja
