As várias greves levadas a cabo pelos trabalhadores dos CTT, bem como a falta de pessoal disponível para distribuir a correspondência, estão a afetar a distribuição postal no concelho de Azambuja. Na última reunião de Câmara, o presidente da junta de Alcoentre, Francisco Morgado, deu conta que há mais de um mês que se verificam atrasos na entrega de correspondência na freguesia. Esta terça-feira, o autarca referiu que os habitantes da freguesia estão a pagar as faturas com atraso devido à paralisação naquele setor, e exortou o município a apelar à compreensão da empresa que explora o abastecimento de água e saneamento no concelho. Silvino Lúcio, presidente da Câmara de Azambuja, tranquilizou o autarca garantindo que a Águas da Azambuja não vai cobrar juros das faturas emitidas. Uma garantia que recebeu da parte da administração.
Silvino Lúcio referiu que já se reuniu com o sindicato dos trabalhadores dos CTT, que alegou “uma falta de recursos humanos efetiva”. “Não há pessoas para distribuir o correio e isto tem a ver com as linhas diretivas da administração dos CTT”. Antes da privatização, os CTT dispunham de três dias no máximo para entregarem a correspondência, entretanto o prazo foi alargado para cinco dias, “e mesmo assim não estão a cumprir minimamente”. O autarca anunciou ainda: “Mandámos uma carta para a administração dos Correios e pedimos uma reunião com caráter de urgência, que estamos a aguardar”.
Os vereadores da oposição também demonstraram o seu desagrado com os atrasos motivados pelas greves dos CTT. Inês Louro, do Chega, opinou com as várias situações referentes a processos judiciais em que o tempo começa a contar a partir do momento da expedição, mas que com os atrasos verificados, os destinatários podem incumprir quando ultrapassam as datas limites para, por exemplo, se “contestar um processo crime ou a injunção de uma dívida”, e sem que o visado consiga provar “que não recebeu a correspondência em tempo útil”.
Também Rui Corça, do PSD, lamentou o estado de coisas e lembrou que apesar da privatização, os correios têm um contrato de serviço público, “que não está a ser cumprido, com prejuízos quer para as entidades, quer para os particulares”, exortando o município a fazer valer os direitos dos munícipes junto da administração dos CTT.