Nos últimos dias tem aumentado o número de fotos e vídeos nas redes sociais a dar conta da incúria de quem despeja lixos, verdes e monos junto aos contentores do lixo no concelho de Azambuja, quando não em locais mais isolados no meio de matas. Trata-se nas palavras dos responsáveis de um verdadeiro atentado ambiental e social, cujas causas e consequências não podem ser ignoradas. Apesar da tentativa de resposta institucional, como evidenciado nas declarações do vice-presidente da Câmara Municipal, António José Matos, ao Valor Local, o problema revela uma combinação preocupante de falta de civismo por parte da população e de limitações estruturais na atuação dos serviços municipais.
António José Matos adota um tom pragmático e considera que não vale a pena fazer queixa na GNR, porque não consegue resolver nada. Segundo o autarca, os serviços recolheram recentemente todos os resíduos visíveis nas imagens divulgadas, mas esse esforço não é suficiente para travar um fenómeno que, segundo ele, é “generalizado” e visível até noutras cidades europeias.
O vice-presidente fala do comportamento de muitos munícipes, que classificou de “incivilizado”, responsabilizando-os por abandonar colchões, móveis, eletrodomésticos e resíduos de obras junto a contentores ou em zonas de mato, frequentemente durante a noite
A câmara disponibiliza, segundo Matos, serviços gratuitos (já incluídos na fatura da água) de recolha de monos e pequenos entulhos, mediante agendamento. Por outro lado, a alegada impossibilidade de colocar câmaras de videovigilância por exigências legais, e a ausência de participação junto das autoridades policiais contribuem para o estado de coisas. Matos apela à denúncia das populações. Recentemente uma empresa despejou restos de computadores e de mobiliário nos Casais de Baixo, mas não se conseguiu descortinar o nome dos prevaricadores.