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Caíram as barreiras que protegiam A-dos-Melros das derrocadas na pedreira da Cimpor

As barreiras dinâmicas de proteção contra a queda de blocos colocadas em A-dos-Melros, concelho de Vila Franca de Xira, tendo em conta a laboração das pedreiras da Cimpor, estão a ceder. Embora, a empresa não esteja a proceder a rebentamentos na zona, devido a uma imposição da Direção Geral de Energia e Geologia, desde finais de 2022, face às muitas queixas da população, certo é que embora mantendo a atividade mais afastada acaba por causar impactes.

Julieta Carvalho, moradora em A-dos-Melros, presidente da Associação para Salvarmos a Aldeia das Pedreiras (ASAP), estranha que as barreiras tenham cedido “quando foram descritas como uma obra-prima da engenharia” num estudo que data de 2020, ano em que foram colocadas as barreiras, e ao qual o Valor Local teve acesso da autoria da Ordem dos Engenheiros. As barreiras foram colocadas nesse mesmo ano. “Daqui se deduz que não são assim tão boas quanto isso ou então tiveram uma deficiente execução”, constata a moradora, ironizando – “O impacto da pedreira é tão grande que até as grandes obras de engenharia caem”. O Valor Local contactou a Câmara de Vila Franca de Xira, que refere ter tido conhecimento da questão “através da foto enviada” pelo nosso jornal e pelos moradores, “tendo acionado os serviços de fiscalização para avaliarem a situação”.

No passado mês de fevereiro, a aldeia voltou a sofrer com os abalos, “mas neste momento estamos tranquilos”. Apesar de estarem proibidos, os rebentamentos ainda que realizados mais longe acabam por continuar a transtornar amiúde a população. Recentemente e de acordo com um estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil não foi encontrado nexo de casualidade entre os rebentamentos e o estado em que se encontram as casas dos moradores com rachas por todos os lados. A aldeia já de si foi edificada entre duas placas geológicas instáveis, mas com o avançar da exploração os danos tornaram-se cada vez mais evidentes.

A Associação continua a aguardar que seja efetuado um estudo com o objetivo de quantificar os danos reportados nas habitações e possíveis indemnizações. Até ao momento também não foram colocados sismógrafos conforme reclamado pela população.

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