Em 2014, o município de Alenquer lançou mão do programa de Empreendedorismo nas Escolas. No princípio a apreensão era alguma por parte dos docentes porque não faziam ideia como começar. Foi no primeiro ciclo, em três turmas do agrupamento Damião de Góis, que a disciplina teve o seu início e nesta altura estende-se a todos os graus de ensino no concelho.
Pão Alão, Jogo Além Vou, Miminhos do rei. apenas alguns dos projetos apresentados
Porque são já 10 anos, a Câmara de Alenquer vai levar a cabo um estudo com recurso a uma empresa externa para chegar a conclusões mais concretas sobre o impacto que este programa produziu nos estudantes que passaram pelas escolas de Alenquer. Na memória ficam alguns projetos com impacto na comunidade e na escola como o Pão Alão, o jogo Além Vou, os Miminhos do Rei. Ideias que saíram das cabeças dos alunos e tiveram eco nas empresas locais do concelho que ajudaram à sua comercialização.
Os professores foram também eles uma importante peça do processo com “a preocupação do município desde a primeira hora de os capacitar para esta disciplina”. “Ou seja, os professores acabaram por realmente reconhecer que seriam capazes de a lecionar. Tivemos desde a primeira hora o apoio de todas as direções dos quatro agrupamentos”.
O autarca reconhece que o feedback dos que têm passado pela disciplina é positivo “a todos os níveis não só enquanto alunos, mas também naquilo que é a sua formação como cidadãos”. “De qualquer forma queremos tentar quantificar estas opiniões num ponto de vista mais científico, a razão pela qual estamos a desenvolver neste momento um estudo no sentido de perceber e quantificar aquilo que tem sido o impacto deste projeto ao longo destes 10 anos.”, dá a conhecer ao Valor Local. Os resultados do estudo devem ser apresentados no final deste ano letivo. Serão por isso ouvidos os alunos, estudantes, stakeholders, encarregados de educação, o setor empresarial que “tenho de reconhecer tem estado a grande altura neste projeto apoiando e incentivando os alunos”. A título de exemplo, o estudo tentará ouvir os primeiros alunos da disciplina, que hoje estarão a fazer o seu percurso profissional ou académico e perceber qual o impacto que teve na sua vida escolar.
A disciplina passou a contemplar a apresentação de um produto original e do respetivo plano de negócios
O vereador explica que esse contacto com alunos que estiveram no princípio da disciplina nas escolas já tem acontecido e que a título meramente individual lhe têm dito que a mesma teve um especial efeito naquilo que foi o treino das suas capacidades de comunicação, de espírito crítico, e de autonomia. Recorde-se que a dada altura, a frequência da disciplina passou ainda a implicar a apresentação de um produto original por turma e respetivo plano de negócios numa grande cerimónia anual, onde os alunos também testam a sua capacidade de falar em público. “São para já opiniões isoladas porque queremos compilar no estudo a recolha de todos os contributos possíveis”, acrescenta.
Completados 10 anos deste projeto que recolheu inclusive os elogios do ministério da Educação que manifestou vontade de o replicar noutras escolas, será este um desígnio para continuar, tendo em conta as próximas eleições autárquicas e a mudança de protagonistas em perspetiva – “Não posso obviamente decidir por outras pessoas, mas aquilo que posso dizer é que este projeto deve continuar a ser uma das prioridades do próximo executivo por tudo aquilo que representa e pela importância que tem para o município”.
A completar o seu último ano de mandato, e não estando na disposição de integrar a lista do PS às autárquicas de 2025, Paulo Franco diz que este é um projeto pelo qual tem muito carinho – “Foi desenhado para as pessoas, não teve resultados no imediato, mas que os terá no futuro, naquilo que pode significar na vida dos alunos, foi um dos que me deu mais satisfação trabalhar”.