Durante o ano passado, a GNR passou 11 contraordenações relacionadas com a paragem e estacionamento de pesados na Nacional 3 entre o Carregado e Azambuja. Sete dessas contraordenações dizem respeito a ligeiros e quatro a pesados. Um número manifestamente inferior aquilo que é a realidade atual de quem todos os dias passa nesta via, sobretudo agora com as obras das duas rotundas a cargo da IP. Dias há em que mais de 40 pesados podemos encontrar nas escapatórias da estrada em questão.
Ainda está na memória o embate de um veículo ligeiro há meia dúzia de anos num camião estacionado nas bermas da Nacional 3. A passageira desse veículo acabou por falecer. Aquela que devia ser um corredor de segurança, é uma espécie de corredor da morte. Não são 2 nem 3 veículos pesados estacionados entre Azambuja e o Carregado. O Valor Local já contou cerca de 40 de um lado e de outro ao longo dos 13 quilómetros que separam as duas localidades.
Numa das últimas reuniões de Câmara, o vereador do PSD, Rui Corça, manifestou a sua estupefação, tendo em conta que na última terça-feira, dia 28 de janeiro, nem um camião encontrou estacionado junto às bermas. Silvino Lúcio, presidente da Câmara, referiu que no dia antes a GNR esteve no local a passar contraordenações aos infratores. Se serviu de exemplo para o futuro, a ver vamos. O vereador Rui Corça e também Inês Louro, vereadora do Chega, na nossa última edição, falam na necessidade urgente de mudança deste paradigma. Rui Corça explica que empresas como a Salvesen, por exemplo, não têm demonstrado intenção de colaborar. Os seus motoristas aguardam pela entrada nos armazéns nas bermas quando poderiam aguardar num dos parques de estacionamento existentes junto à linha de caminho-de-ferro até serem contactados via telemóvel ou outro modo de comunicação. A Sugal, também localizada junto a esta estrada, pelo contrário, já aposta nesta valência.
“Os veículos não respeitam a sinalização de proibição de estacionamento para além de que as bermas não aguentam com aquele peso em cima”, refere Rui Corça. As obras em curso ainda pioraram mais o estado de coisas na mobilidade da via com os camiões rumo a Salvesen a desenvolverem verdadeiras manobras perigosas na viragem à esquerda. Também o presidente da Câmara, Silvino Lúcio, ouvido pelo Valor Local, já demonstra o seu enfado pelo caos provocado pelos camiões da Salvesen – “Vão ter de estacionar no local capacitado para o efeito. Isto não pode continuar. Não vai a bem, vai a mal. Têm de começar a articular-se”, e exorta a GNR a continuar com uma política implacável de autuação dos infratores.
Também muito conhecida e grave é a acumulação de veículos junto à rotunda da Sonae, e nas respetivas escapatórias. “Os que lá trabalham poderiam usar os parques de estacionamento junto ao apeadeiro, mas porventura não dá jeito a quem lá trabalha”, reflete Rui Corça. Depois desta ação da GNR tudo voltou à mesma na Nacional 3 junto à Salvesen, com vários camiões estacionados nas escapatórias como o comprova a foto captada esta semana pelo Valor Local.