Tony Carreira vai ser o cabeça de cartaz da edição deste ano dos Festejos em Honra da Nossa Senhora da Salvação de Arruda dos Vinhos que decorrem de 6 a 18 de agosto. De acordo com o presidente da Câmara, Carlos Alves, já está tudo a postos para receber a edição de 2024. O cartaz musical, como sempre é variado e para além de Tony Carreira, a 9 de agosto, os festejos recebem ainda Mónica Sintra a 12, e um dia antes, a 11, a Banda Filarmónica da Santa Casa de Arruda dos Vinhos atua com o músico FF.
Ao Valor Local, o autarca sublinha igualmente “todas as outras atividades tradicionais, como o 42º Festival de Folclore e o ‘Há Jazz no Terreiro’” que para o autarca é “um momento intimista na programação de Arruda, a 11 de agosto, precisamente no Largo do Terreiro”. Nestas festividades há fado e muito mais, com o destaque para um concerto a 18 de agosto com os “Sangre Ibérico”.
Segundo Carlos Alves, os festejos continuarão a tradição oestina com a habitual corrida e esperas de toiros na vila, que todos os anos, atraem milhares de pessoas, destacando a ligação entre o profano e o sagrado, até porque em paralelo às festividades decorrem também atividades religiosas como as habituais novenas e a tradicional procissão.
Para o autarca “no fundo são esses aspetos que caracterizam estas festividades”, sublinhando que “há aqui uma complementaridade muito grande de respeito à programação, mas também àquilo que define o que são estas festas seculares, porque se há esta vertente do sagrado que está muito presente nestas festas, não fossem elas festejos em honra de Nossa Senhora da Salvação, depois também a parte profana tem aqui um papel muito vincado”. Este é também um aspeto “identitário nestas festas e também na cultura popular de Arruda”.
O presidente sublinha, igualmente, que os festejos de agosto em Arruda, são também um momento de reencontro com as tradições do país e da região. Ao Valor Local, Carlos Alves refere que se nota e muito a “veia de emigrante”. “Estamos a receber muitos imigrantes, mas também há muitos portugueses que estão a ir para fora e que nestes momentos aquela saudade aperta e voltam à sua terra natal” o que reforça “o caráter intersocial” que esta festa tem. “Há aqui uma renovação constante dos públicos”, porque “quem participa nestas festividades há muito tempo consegue perceber que as caras também vão sendo outras, mas também se dá um renovar das gerações mais jovens que participam na construção destes festejos”.
Candidatura das festas ao Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial
Já no que toca às “Tertúlias Móveis”, Carlos Alves esclarece o Valor Local que o processo de colocação destas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, foi alterado. O autarca sublinha que se justifica uma certificação alargada aos festejos, que englobam, não só as tertúlias móveis como as fixas para além dos outros aspetos culturais e religiosos da festa.
Para Carlos Alves “esta festa realmente tem essas dimensões todas e acabava por ser muito redutor possuir apenas essa porta de entrada para o património imaterial, exclusivamente, ligado a esse aspeto das tertúlias”, e explica que “as festas são mais do que isso, são associativismo, mas também cultura popular, religiosidade e todos os rituais associados a essa religiosidade”. Conclui que “a candidatura está a decorrer com a compilação da informação” que “ultrapassa essa visão inicial e muito redutora que era vincular essa candidatura exclusivamente à questão das tertúlias”.
Carlos Alves destaca que o processo já teve início, que é moroso, ainda assim, salienta estar otimista.
