Os trabalhadores da União de Freguesias Póvoa-Forte estão hoje concentrados na junta a cumprir uma paralisação dos serviços, tendo em conta que ainda não receberam o vencimento do mês de novembro nem o subsídio de Natal. Segundo Ludgero Pintão, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local, ao nosso jornal, o presidente da autarquia, António José Inácio, tem vindo a garantir que os vencimentos seriam pagos entretanto, mas chegados ao dia 28 os ordenados ainda não caíram nas contas bancárias dos 75 trabalhadores em causa.
O dirigente sindical refere que, apesar de terem passado apenas três dias desde o dia 25, data em que os vencimentos são habitualmente pagos na Administração Pública, há pessoas que já estão a contas com os bancos devido ao facto de possuírem empréstimos e créditos que ainda não foram liquidados.
O Valor Local falou com António José Inácio, presidente da união de freguesias, que garante que os trabalhadores vão receber ainda hoje. Acusa a anterior presidente da junta, Ana Cristina Pereira, de ser a responsável por este compasso de espera, dado que teria na sua posse os códigos bancários que possibilitariam a transferência das verbas referentes aos ordenados da conta do BPI para as contas dos trabalhadores. Inácio explica que teve de recorrer a uma operação bancária que implicou uma movimentação de contas, com os necessários atrasos, de modo a que os ordenados possam ser agora pagos através do Montepio Geral. O autarca afirma que Ana Cristina Pereira estava na posse dos códigos bancários e não quis facilitar o trabalho ao novo executivo. Acrescenta ainda que entregou a documentação necessária no BPI, tendo em conta que o executivo é agora composto por novos eleitos que passarão a operar este tipo de pagamentos, mas que a entidade bancária não tinha condições de validar a documentação em tempo útil antes do dia 25. Inácio dispara contra a sua antecessora: “É normal, esta gente gosta mesmo é de dificultar o máximo possível”.
Contactada pelo nosso jornal, Ana Cristina Pereira, antiga presidente da união de freguesias, garante que não tem quaisquer códigos na sua posse e afirma que o atual executivo deveria ter desencadeado os procedimentos devidos em tempo útil junto do banco, tendo em conta as atas e deliberações tomadas. “Deixei a junta no dia 30 de outubro, passei a junta com um saldo bancário bem recheado. Não seria eu a dar autorização a 25 de novembro com qualquer tipo de códigos para se pagar ordenados; até poderia ser alvo de um processo-crime”, assegura.








