As eleições deste domingo no PSD de Azambuja poderão vir a ter de ser repetidas se o Conselho de Jurisdição Nacional der razão a Rui Corça. Em causa estão algumas “alegadas” irregularidades cometidas pela lista dirigida por Margarida Lopes.
O atual vereador e candidato derrotado à concelhia do PSD de Azambuja Rui Corça, confirmou ao Valor Local, que “todo o processo eleitoral na secção de Azambuja foi alvo de várias participações”, suas e de outros militantes.
O atual vereador na Câmara de Azambuja sublinha que enviou, em conjunto com outros militantes, para o Conselho de Jurisdição Nacional algumas queixas “por existirem irregularidades graves, suscetíveis de levar à anulação de todo o processo eleitoral”, frisando que as participações foram feitas dias antes do ato eleitoral e antes do início do mesmo, no decorrer da assembleia de militantes que aconteceu antes das eleições. No entanto, Rui Corça, não especificou quais as irregularidades atribuídas à lista adversária.
O vereador justifica a entrada do processo no Conselho Nacional, porque, refere: “o órgão de primeira instância seria o conselho de jurisdição distrital, mas este é presidido por António Jorge Lopes”, esposo de Margarida Lopes.
O candidato perdeu ontem as eleições para Margarida Lopes. Margarida conseguiu 58 votos contra 21 de Rui Corça.
Eleição de Margarida Lopes leva a demissão de Navarro da Assembleia Municipal
O Valor Local sabe que o independente José Navarro, eleito na Assembleia Municipal, apresentou já a sua demissão do lugar a Margarida Lopes.
Navarro foi um apoiante de Rui Corça, e não se reviu na lista oponente. Embora independente, acompanhou todo o processo destas eleições.
Rui Corça escusou-se a fazer mais comentários, sublinhando que aguarda que “os órgãos competentes se pronunciem”.
Contactada pelo nosso jornal, Margarida Lopes, disse estranhar a atitude do seu oponente nestas eleições, “porque o processo eleitoral foi da responsabilidade da anterior comissão política presidida por Rui Corça, que até definiu o dia e o horário da votação”.
E acrescenta que “o ato eleitoral teve a fiscalização de 3 membros do Conselho de Jurisdição Distrital e na acta respetiva não existe referência a qualquer irregularidade ou ilegalidade”.
Margarida Lopes acusa Corça de mau perder e deixa no ar que devia abdicar do lugar de vereador
Para a nova presidente da concelhia, esta atitude trata-se de um “mero mau perder e total incapacidade de escutar a voz dos militantes do PSD Azambuja”.
Recorde-se que Margarida Lopes, sublinhou bastas vezes em entrevista à Rádio Valor Local, que se ganhasse a concelhia, Rui Corça não seria recandidato à Câmara. A nova presidente dos laranjas azambujenses destacou, entretanto, que depois dos resultados, Rui Corça “deveria fazer a devida leitura dos mesmos”, deixando a ideia no ar de que o atual vereador deveria sair da Câmara. Se o fizer, sobe imediatamente Margarida Lopes, que precisará de capitalizar palco até às eleições que ainda serão daqui a ano e meio.
Com a saída de Corça, José Paulo Pereira ficaria como primeiro na lista, sendo que Margarida Lopes subiria logo a seguir, conseguindo assim palco e visibilidade na autarquia, o que lhe poderia abrir caminho para uma candidatura à Câmara em 2025. Contudo Margarida Lopes, destacou que este não é o momento, pelo que ainda vai discutir as próximas autárquicas e os candidatos com os militantes.