O presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, assinou, na semana passada, em Alhandra, o contrato para a reabilitação do Teatro Salvador Marques. Este é um edifício icónico para a localidade e para a população. A recuperação do edifício, já foi, no passado, alvo de vários protestos por parte da população local, que pedia à Câmara, presidida à época por Maria da Luz Rosinha, uma solução. Mas os protestos foram tantos que a autarquia e o movimento de cidadãos não se entenderam, e o projeto foi sendo adiado.
Na passada sexta-feira, o atual presidente da Câmara quis dar um sinal à população, e foi na Casa-Museu Sousa Martins que juntou algumas dezenas de pessoas para a assinatura do documento que possibilitará o primeiro passo na sua reabilitação.
Ao Valor Local, o autarca sublinhou a importância do momento para a população, que acorreu à cerimónia, embora em menor número comparativamente ao passado, quando se faziam manifestações pela salvação daquele edifício.
Fernando Paulo Ferreira destacou que a ideia é “fazer um novo edifício de raiz, aproveitando o terreno lateral ao atual, e que o projeto será apresentado, entretanto à Câmara”, possibilitando também outras “condições técnicas, de segurança, e de acessibilidade, que são hoje necessárias com um palco que tenha condições para acolher vários tipos de espetáculos”.
O desafio está agora do lado do arquiteto, “que tem a seu cargo agora o encargo de fazer com imaginação e com qualidade um edifício que simultaneamente aproveite o que é a memória do antigo Teatro Salvador Marques e lhe dê as condições modernas, atuais e necessárias para um novo equipamento cultural”.
Para o presidente da Câmara é fundamental que este novo projeto inclua “elementos que trazem a memória do que já foi, mas será um edifício novo e com todas as capacidades para acolher espetáculos de diversas naturezas”.
Em entrevista ao Valor Local, o autarca recorda que já nada resta da fachada original e diz que aguarda pela proposta do arquiteto com expetativa.
No que toca ao financiamento, o autarca recorda que este projeto foi inscrito no programa de financiamento Portugal 2030 da Área Metropolitana de Lisboa, estando prevista uma verba a rondar os 720 mil euros. No entanto admite que o valor “não chegará nem de perto nem de longe para a obra que é necessário fazer”, mas recorda que esta ainda
numa fase preliminar- “Quando tivermos o projeto pronto, ficaremos com uma noção exata de qual será o valor dessa empreitada e depois poderemos tomar a decisão de perceber se, em termos europeus, o Governo autoriza a mobilização de verbas suplementares para esta intervenção ou se a Câmara Municipal toma a decisão de avançar para este projeto de requalificação, portanto com verbas próprias ou com verbas de empréstimo”.
No entanto, o autarca sublinha que esta é uma obra que se vai prolongar para além deste mandato, e como tal a decisão do financiamento só será tomada pelo próximo executivo.
Fernando Paulo Ferreira acompanhou no passado, enquanto vereador, as “lutas” da população pela requalificação do teatro, e por isso para si este foi um momento muito simbólico. “Fiz questão de vir partilhar este sentimento com as pessoas de Alhandra, com as pessoas da cultura e com os restantes autarcas, quer da Câmara Municipal, quer da Assembleia Municipal”. “São estes aqueles momentos em que vemos que a comunidade, mesmo com as suas diferenças, consegue juntar-se para um objetivo comum. E gostei muito de ver aqui autarcas de todas as forças políticas”.