Durante a estreia de “Crimalmente Falando” na passada quarta-feira na Rádio Valor Local, o antigo agente da Polícia Judiciária, António Loureiro, indicou o que se pode vir a seguir durante a caça aos cinco homens que fugiram da cadeia de Vale de Judeus há uma semana. Para já, acredita que Shergili Farjiani, o indivíduo georgiano, pode estar ligado às máfias daquele país da antiga URSS, e que de alguma forma aquele tipo de organização estará relacionada com esta fuga que envolveu mais quatro indivíduos: Fernando Ribeiro Ferreira; Rodolf Jose Lohrmann (o arquiteto da fuga); Mark Cameron Roscaleer; Fábio Fernandes Santos Loureiro. Este último devido ao facto de pertencer á etnia cigana “muito possivelmente está a ser protegido por alguém dessa comunidade”.
Na sua opinião, os cinco evadidos terão trocado de viatura ao longo da fuga e já não deverão estar juntos, e o estrangeiro terá sido o destino se não de todos, da maioria. Segue-se agora uma “fase em que a polícia vai estar a vigiar as famílias, quer através de escutas, quer no terreno, de forma subtil”. Em todo este processo “estes homens que planearam tudo ao pormenor ainda tiveram o bónus do tempo, com as forças da autoridade a darem conta do seu desaparecimento horas depois”.
O antigo agente “elogia” a organização destes presos, em pormenores como a escavamento de um buraco usado pelos cúmplices que estiveram a ajudar os cinco homens nesta evasão. O esconderijo com características militares foi efetuado por homens com aquele tipo de formação. “É típico das forças especiais, até a escada estava pintada de amarelo e verde de forma a confundir-se com a restante vegetação”. António Loureiro referia essa mesma possibilidade às primeiras horas da descoberta da fuga, que ao que se apurou demorou apenas seis minutos. “Não foi à toa que acabaram por ir estes cinco indivíduos na fuga, à exceção do inglês, os outros parece terem sido escolhidos a dedo”
Na sua opinião, a falta de guardas prisionais nesta cadeia pode ter facilitado os acontecimentos “não tendo sido acautelada uma vigilância mais apertada que permitisse perceber a relação entre estes indivíduos e a possibilidade de andarem a combinar algo”.