Sérgio Alexandre não será recandidato à Junta de Freguesia de Vale do Paraíso. Ao Valor Local, sublinha que o facto de não ter conseguido sequer o lançamento do projeto do Centro Escolar para a freguesia, foi o bastante para que não falhasse uma promessa que fez nas últimas eleições. “Sempre disse que não me recandidataria, se a Câmara nada avançasse, como foi o caso”. Apesar disso, o autarca destaca o aumento do número de alunos na freguesia, de 8 para 50, o que teve em conta, também, o aumento de habitantes em Vale do Paraíso.
Sérgio Alexandre acaba por completar apenas um mandato de quatro anos, e refere a necessidade de fazer uma pausa. Quase que garante que não aparecerá em qualquer lista nas próximas autárquicas. Já depois desta entrevista, Sérgio Alexandre aparece nas listas do PS para as Legislativas de 18 de maio, mas longe de um lugar elegível.
O autarca sublinha a qualidade do ensino na freguesia “muito superior à do restante concelho”, o que o entristece ainda mais face à necessidade de um novo edifício escolar. O autarca vinca ainda que na escola da freguesia foi implantado o projeto “SmileDog” destinado a crianças com necessidades educativas sociais e tudo pago pela Junta de Freguesia, correspondendo a cerca de 10 por cento do orçamento.

A freguesia tem sido, nos últimos tempos, muito procurada para servir de nova residência por pessoas vindas de fora e não apenas imigrantes. O executivo liderado por Sérgio Alexandre tem vindo a divulgar a marca “Mais Vale do Paraíso” e isso traduziu-se na procura desta freguesia para se morar, só que passados estes últimos quatro anos, “já não há qualquer tipo de oferta em Vale do Paraíso”.
O presidente da junta sublinha que “viver em Vale do Paraíso, já é uma coisa muito acima da média, porque não há oferta, como de resto acontece no concelho”.
A freguesia cresceu em número populacional nos últimos anos. Foram viver para a localidade pessoas de outras zonas do concelho ou da região, mas também imigrantes. Chegaram através de duas empresas da freguesia: A Sem Ir e a CivilConcepts, esta última com sede em Lisboa que representam uma parte significativa do emprego na localidade.
Têm sido várias as famílias a procurar residir na freguesia. Um desafio face à falta de habitação. Sérgio Alexandre fala em cerca de 15 novas famílias que se mudaram nos últimos anos, devido à empregabilidade destas duas empresas. Às mesmas junta-se a Associação Nossa Senhora do Paraíso no âmbito dos cuidados aos idosos.
Jardim Urbano era outra das ambições
Sérgio Alexandre lamenta ainda que não tenha sido concretizado o projeto para um jardim urbano. “Algo que não foi feito neste mandato, infelizmente”. O espaço existe, e seria entre o “Largo 1º Maio, Rua dos Barreiros, e o Largo da Igreja”, mas o projeto nunca chegou a avançar.
No entanto Vale do Paraíso teve outros desafios. O executivo de Sérgio Alexandre conseguiu registar os “Bolos de Casamento”, um doce típico local em formato de ferradura e que tem ressurgido nos últimos anos. Esta é uma tradição que ainda não se perdeu no tempo, porque a população ainda mantém esta memória bem viva.
“Fizemos o registo dos bolos de casamento, bem como da nossa marca. Promovemos Vale do Paraíso, o que nunca tinha acontecido, e agora até temos visitantes suecos, espanhóis, argentinos, e ingleses, em Vale do Paraíso”, refere o autarca, reforçando a existência da Rota dos Sentidos, criada pela junta e que se destina aos forasteiros. Trata-se de um circuito que inclui várias atividades, desde workshops, prova de torricado, degustação de bolos de casamentos, e das tradicionais sopas de batata, bem como um périplo por um estabelecimento comercial centenário da freguesia e claro a visita obrigatória à Casa Colombo.