Na sequência das buscas da Polícia Judiciária na Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, no dia 19 de novembro, o departamento do urbanismo esteve na mira dos agentes, que recolheram diversas informações nos computadores do município, estando a decorrer um inquérito crime reportando ao ano de 2022. Na última reunião de Câmara, a vereadora do Chega, Bárbara Fernandes, considerou que o nome do presidente da autarquia, Fernando Paulo Ferreira, foi atirado para a “lama” e exigiu consequências da passagem da PJ pelo município, tendo pedido a suspensão do cargo do responsável pela secção do urbanismo. “Se o senhor presidente for constituído arguido então deve demitir-se também”.
Na reposta, Fernando Paulo Ferreira desvalorizou as acusações da vereadora do Chega. Bárbara Fernandes lembrou, ainda, que as queixas quanto à atuação daquele serviço são constantes. “Lembra-se da proposta que trouxemos, no ano passado, para a elaboração de um relatório mensal com indicadores de cumprimento de processos por parte do Departamento do Urbanismo? O senhor reprovou essa mesma proposta.”
Presidente da Câmara saúda a colaboração dos funcionários
Fernando Paulo Ferreira deu a informação de que as buscas decorreram de forma independente dos restantes órgãos, “e houve total colaboração dos serviços, como, aliás, é praxe e timbre nesta Câmara Municipal”. “Quero, aliás, mencionar que os técnicos foram absolutamente prestáveis com a Polícia Judiciária e forneceram toda a documentação e outros elementos que foram considerados úteis para a investigação”.
O autarca repudiou as considerações da vereadora Bárbara Fernandes quanto à qualidade do trabalho dos serviços do urbanismo e possíveis “atos de corrupção praticados pelos trabalhadores” – “Era o que faltava colocarmos dúvidas dessa natureza perante técnicos e dirigentes dos serviços que todos os dias trabalham o melhor que podem e o melhor que sabem para melhorar o serviço às pessoas, que é a sua grande prioridade. E, portanto, senhora Vereadora, esse clima de suspeição sobre os serviços da Câmara Municipal fica bem no contexto da intervenção do período antes da hora do dia para um partido como o Chega, mas é absolutamente inadmissível para os profissionais que todos os dias dão o seu melhor pelo nosso concelho.”