Já houve fumo branco para a nova direção da Sociedade Euterpe Alhandrense (SEA). A coletividade reuniu os sócios, e ficou decidido que será constituída uma lista até ao final do mês de fevereiro. Atualmente presidida por Jorge Zacarias, a SEA estava há meses sem uma direção. O mandato terá acabado e na altura, segundo Jorge Zacarias, os diretores acabaram por não se apresentar de novo a eleições. À frente da coletividade tem estado uma comissão administrativa.
Em declarações à Rádio Valor Local, Jorge Zacarias explica que não existiu uma recandidatura, por forma a alertar os sócios e a Câmara Municipal de Vila Franca para aquilo que considera ser um tratamento desigual face as outras coletividades do concelho, por parte desta última.
Zacarias, fala numa “má relação com a Câmara Municipal” e considera que tal relaciona-se com a sua pessoa enquanto presidente da Sociedade Euterpe Alhandrense- “Não quero acreditar que a Câmara Municipal esteja aqui a fazer alguma coisa contra a Euterpe Alhandrense”, mas existe “uma discriminação objetiva, pois qualquer uma delas (associações com grupos de teatro) recebe 40 mil euros pelas atividades que desenvolvem, e a Euterpe, que tem mais responsabilidades, neste caso com o conservatório regional, no cumprimento desse contrato de programa, recebe 28 mil”, relata, concluindo. “Isto leva-nos, desde o início do mandato, a pedir à Câmara Municipal para que reveja esta situação. Foi-nos sempre dito que seria revisto, mas chegados ao final do mandato efetivamente não foi”.
Presidente da Euterpe quer saber qual é o plano para o Teatro Salvador Marques
Zacarias não pessoaliza a questão, e diz acreditar que “que há, da parte da Câmara Municipal, não sei se explicitamente por parte do presidente da Câmara ou não, uma discriminação em relação à Euterpe” e recorda, por exemplo, o apoio pedido à autarquia para adquirir uma carrinha.
Jorge Zacarias diz estar à espera de saber o que vai acontecer à requalificação do Teatro Salvador Marques, para “percebermos como podemos adaptar as nossas instalações”. A coletividade alhandrense precisa de requalificar as instalações, tendo em conta os mais de 500 alunos que frequentam o conservatório, enfatizando que é necessário perceber qual a dimensão futura do teatro vizinho que neste momento se encontra devoluto.
Zacarias refere que não conhece o projeto, nomeadamente, se tem um auditório compatível com as atividades da Sociedade Euterpe Alhandrense. Se o auditório não for o esperado, a SEA fará, dentro da sua requalificação, um auditório compatível, e esse é um compasso de espera que tem estado também na origem do braço de ferro com a autarquia.