Antigo diretor da Cadeia de Vale de Judeus nos inícios dos anos 2000, António Loureiro, autor do programa “O Crime e o Castigo” da Rádio Valor Local, considera que a fuga encetada esta manhã a partir das 10h00 de hoje pelos cinco reclusos, é demonstrativa de “um trabalho muito bem pensado”, “possivelmente elaborado por ex-elementos ligados à atividade de Segurança”, porque “estudar uma solução dessas implica um bom estudo técnico das condições para a fuga”.
Loureiro recorda que esta cadeia já conheceu diversas fugas, desde logo na altura do Estado Novo, e mais tarde através da escavação de túneis. Numa delas cerca de 100 condenados conseguiram escapar. Quando esteve à frente deste estabelecimento prisional conseguiu-se travar um desses planos de fuga.
No caso desta evasão em concreto, podem ter acontecido diversos fatores para que a mesma não tenha sido detetada a tempo. Falta de recursos humanos ou uma mudança de turno na vigilância das câmaras de CCTV podem ter contribuido para o desfecho que se conhece até esta altura. “Possivelmente deveriam ter guardas prisionais 24 horas por dia nas câmaras”. “A preparação deste plano foi muito bem conseguida, até porque tiveram de calcular onde pôr a escada, a dimensão da mesma, como a projetar para cima do muro”. Na sua opinião, Vale de Judeus tem “procedimentos de segurança muito bons”, mas falhas a nível de equipamentos eletrónicos que “com o tempo se tornaram obsoletos” e que seriam importantes para detetar este tipo de fugas. O antigo diretor adverte que o complexo de Vale de Judeus possui zonas de muita vegetação onde as câmaras poderão não chegar, o que pode ter contribuido para um melhor acesso ao exterior.
Os cinco reclusos com idades entre os 33 e os 61 anos tiveram ajuda de três pessoas no exterior e colocaram-se em fuga num Mercedes de cor preta. As autoridades lançaram o alerta nas últimas horas com as identidades, os rostos, e os crimes pelos quais estavam a cumprir pena cada uma destas pessoas.
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[…] confundir-se com a restante vegetação”. António Loureiro referia essa mesma possibilidade às primeiras horas da descoberta da fuga, que ao que se apurou demorou apenas seis minutos. “Não foi à toa que […]