No final do ano passado, o Valor Local deu conta do caso de uma moradora na Castanheira do Ribatejo a contas com fissuras na sua casa, na Rua Vasco Moniz, que corria o risco de derrocada. Agora Paula Rocha vê-se na iminência de ficar sem casa, porque o senhorio pretende fazer as obras, mas a inquilina não tem onde ficar. Paula Rocha chegou a pedir uma habitação à Câmara de Vila Franca de Xira. Desempregada, com dois filhos, e sem outras condições, está satisfeita por finalmente o senhorio ter encetado as obras, mas ao mesmo tempo queixa-se de não conseguir alojamento. “As rendas dispararam e agora que fiquei desempregada ainda pior”.
Paula Rocha refere que já solicitou ajuda junto da Câmara Municipal e da Segurança Social face a este enquadramento, mas ainda sem soluções à vista. “Tenho uma tampa de esgoto partida dentro de casa, e não é aconselhável permanecer na habitação durante as obras, porque os cheiros podem ficar ainda piores. Neste momento a casa já cedeu mais cinco centímetros desde o ano passado”. Atualmente conta que passa a vida a meter lixívia nos canos para combater parte dos maus cheiros. Ratos também é comum aparecerem nesta casa. Mãe solteira, e sem familiares a quem recorrer, Paula Rocha conta que está neste momento a usufruir do subsídio de desemprego, porque ficou desempregada. “Não consigo arrendar casa em lado nenhum com 500 euros de subsídio”. As obras na sua casa podem demorar cerca de três meses “porque o problema vem todo do chão”, ilustra.
Recorde-se que o edifício onde vive Paula apresenta deficiências de construção a nível do rés-do-chão. No seu dia-a-dia acontecem fenómenos caricatos dentro de casa como estar a tomar banho e a água correr para a sala, “porque sai pelo rodapé”. A sanita “não está presa ao chão, porque o piso continua a abater e não vale a pena colocar silicone”. O lava-louça da cozinha está solto também à mercê das deficiências estruturais da casa. Colocou “uns pés por baixo do fogão porque caso contrário cai para a frente, e o mesmo acontece com os móveis”.