Em finais de 2023 um grupo de amantes da sétima arte do concelho de Vila Franca de Xira decidiu criar um projeto que leva cinema de autor e não só ao público que queira passar pelo auditório da Junta de Freguesia de Vila Franca de Xira e assistir a “bons filmes”. O Cineclube Vilafranquense tem ainda atividades que não passam apenas pela projeção de filmes como worshops, conversas com realizadores, sessões temáticas. Bruno Teixeira, presidente da direção desta associação, refere que o cineclube é composto por pessoas de várias áreas desde o teatro, passando pelo cinema, jornalismo, artes visuais.
No auditório da junta já passaram filmes portugueses e estrangeiros. Em abril, nos 50 anos da revolução, foram exibidos filmes alusivos ao 25 de abril. A nível internacional, o grupo já passou Megalopolis de Copolla, o que teve mais sucesso e que cativou mais público. “Tentamos ao máximo ir buscar filmes um pouco mais recentes, para também tentar chamar mais público, se possível trazendo convidados para apresentar esses filmes”. No caso dos filmes internacionais “tentamos trazer mais os críticos de cinema. Já tivemos vários convidados como por exemplo o historiador Fernando Rosas numa das primeiras sessões”.
Adesão às inciativas tem sido variável
Numa outra sessão, no mês a seguir, “tivemos a Maria do Carmo Piçarra, que também é investigadora na área do cinema, e o João Lopes, também um crítico bastante conhecido. Enfim, de realizadores tivemos, por exemplo, o Rui Simões”, destaca
A adesão do público às iniciativas do cineclube tem sido variável. A média de pessoas por sessão não ultrapassa as 20, incluindo pessoas externas e internas ao próprio grupo. “Portanto, temos sócios que vêm ver as sessões, como também temos não sócios. É variado. Nem sempre é fácil de perceber os gostos do público”.
Por outro lado, a concorrência das plataformas de streaming como a Netflix também acabam por fazer uma espécie de concorrência ao cinema de sala, embora Bruno Teixeira saúde a importância que têm tido na revitalização da ficção europeia, portuguesa incluída, de que foi exemplo recente a série “Rabo de Peixe”, ou antes “Glória”
O grupo também tem promovido workshops junto dos mais novos, e recentemente numa iniciativa que contou com 10 participantes aprenderam a usar “pequenos brinquedos óticos e fizeram pequenos filmes com um software, o Stop Motion Studio”,
O Cineclube Vilafranquense para além de contar com o apoio da junta de freguesia é também apoiado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude. Atualmente e depois de uma iniciativa de Crowdfunding (angariação de fundos através de uma plataforma na internet) o cineclube está a produzir um documentário intitulado “O Caminho para a Liberdade” que retrata a vida de um antifascista de Riachos, Torres Novas, que se reunia na denominada Casa 34 em Vila Franca de Xira e aí participava de reuniões clandestinas com outros lutadores contra o fascismo.