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Alenquer, Torres Vedras e Arruda entre as principais rotas do homem pré-histórico no Calcolítico

E se aquele que é hoje o território onde ficam os concelhos de Torres Vedras, Alenquer e Arruda dos Vinhos fosse o principal itinerário de realização de trocas comerciais e outros trajetos na zona da península de Lisboa durante o Calcolítico (finais do IV milénio até ao terceiro quartel do III milénio antes de Cristo). Foi isto mesmo que uma equipa composta pelos arqueólogos André Texugo, Ana Catarina Sousa e o espanhol Pablo Sánchez de Oro conseguiram perceber no âmbito de um estudo publicado agora no Journal of Archaeologic Science.

O estudo no fundo analisa as redes de mobilidade existentes naquele que é o território de hoje de concelhos como o de Torres Vedras, Mafra, Óbidos, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Sintra, Azambuja, Bombarral, Vila Franca de Xira, Odivelas, Santarém, Oeiras, Cascais e Lisboa. Esta investigação juntou arqueólogos do Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa (UNIARQ) e da Universidade Autónoma de Madrid. No seu estudo, os investigadores recorrem às técnicas geográficas – “Least Cost Path” – percursos de menor custo e “Tobler Hiking Function” –  medidor de velocidade de deslocação para dar conta das redes de mobilidade. Faltava identificar quais podiam ter sido as rotas naturais usadas pelo homem pré-histórico nas suas deslocações. Levando em linha de conta aquilo que foi a ocupação dos solos e os rios existentes que disparou-se para um conjunto de 380 possíveis rotas entre os ziguezagues produzidos por uma espécie de mapa das estradas da antiguidade milenar. É inescapável que perto dessas rotas deveriam existir povoados fortificados, recintos murados, no fundo não muito diferente daquilo que existe ainda hoje.

Do norte para o Sul da Estremadura, os movimentos do homem da antiguidade

Mas como é que se percebeu que este caminho de Torres Vedras a Arruda passando por Alenquer era um dos mais calcorreados pelo homem? Porque é nele que aparecem vestígios mais ricos de minérios como marfim e bronze. “São locais de alguma excecionalidade”, reflete André Texugo. Mesmo dentro deste trajeto há locais que estão a fascinar os arqueólogos pelos elementos encontrados que atestam a sua tese como Runa (concelho de Torres Vedras), Moinho do Custódio e Castelo (Arruda dos Vinhos) – com um conjunto de materiais importantes que permitem aferir da intensa atividade comercial.

Mais tarde, a maioria dos trajetos transferem-se para a região do estuário do Tejo, naquilo que hoje são os territórios de Lisboa, Loures e de Odivelas no denominado Bronze Superior (desenvolveu-se entre os fins do III e meados do I milénios). “Isto já evidencia que haveria uma mobilidade de pessoas e de recursos a chegar por via do Tejo, com a possibilidade de transporte marítimo à época”. “Não sabemos de que forma, nem com que expressão, mas parece que há uma ligação com essa chegada de gente e de coisas pelo Tejo. E que não parece ser evidente na altura do Calcolítico ou seria muito menos possível, seria mesmo residual, se chegasse por essa via.”

A predominância dos territórios mais a sul neste mapa das deslocações na península de Lisboa já coincide com aquela que é a matriz da mobilidade atual e essa ligação é das mais interessantes que se pode retirar deste estudo. “No fundo os primórdios daquilo que depois se foi consolidando na Idade do Ferro com os fenícios, depois na altura do império Romano, até atravessarmos toda a história de Portugal e chegarmos aos dias de hoje”, refere o investigador.

A transitividade descoberta na rota entre Torres e Alenquer parecia evidente, mas não estava sustentada. Esta foi uma das descobertas que destaca, mas a importância de Arruda dos Vinhos nestas rotas foi uma das maiores surpresas. A equipa também não adivinhava a passagem das rotas de transitividade entre o Calcolítico e a Idade do Bronze.

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