Tiago Pedro, que até há pouco tempo era vereador e vice-presidente da Câmara Municipal de Alenquer pelo Partido Socialista, anunciou a sua candidatura independente à Câmara Municipal, avançando com um projeto que pretende ser agregador e focado na comunidade local, acima das lógicas partidárias. Sobre a lista à Assembleia Municipal, Tiago Pedro revela que ainda está em fase de finalização, mas admite não apresentar lista em função de aparecerem ou não as pessoas que considera como certas para este projeto.
Relativamente à lista à Câmara Municipal, Tiago Pedro já a tem fechada e está a ultimar a recolha de assinaturas. “É uma nota importante, realmente emociona-me e comove-me o facto de tanta gente se aproximar a oferecer apoio. O número de assinaturas recolhidas subiu muito rapidamente, o que significa que não estamos sozinhos nesta vontade de mudar Alenquer para melhor, de servir a nossa terra, de fazer um pouco mais e de fazer diferente.” Sobre os membros da sua lista, adianta que “são pessoas idóneas da nossa comunidade, com uma carreira, um perfil e capazes de servir Alenquer da melhor maneira”.
Explica que a sua motivação para deixar o cargo de vice-presidente e avançar com esta candidatura independente não é um problema contra os partidos em si, uma vez que foi sempre militante do Partido Socialista. “Foi crescendo em mim uma vontade de continuar a servir a comunidade, mas com pessoas reais da comunidade, que não vêm necessariamente da carreira partidária, e que coloquem acima dos interesses partidários o interesse global da nossa terra. Com um projeto político e um manifesto capaz de resolver problemas reais da vida das pessoas e criar melhores condições locais.”
Sobre a reação da liderança do PS, nomeadamente do presidente da Câmara Pedro Folgado, à sua decisão, Tiago Pedro afirma que manteve sempre uma relação de lealdade e amizade, mesmo em contextos difíceis. “Fui frontal e honesto com ele, e sabia que algumas decisões têm consequências. Coloquei à decisão do presidente o que fazer perante este cenário, que era irreversível. Ele tomou as suas decisões, e está tudo dentro da normalidade.”
As razões da candidatura
Em relação à sua experiência e críticas ao executivo do qual fez parte, Tiago Pedro assume que não fez tudo o que desejava por falta de orçamento, que compete ao presidente da Câmara distribuir. “Isso criou em mim a ambição de ser presidente para decidir eu onde aplicar os recursos.
Quanto ao futuro e aos primeiros 100 dias de mandato, Tiago Pedro adianta que o seu manifesto será orientado por pilares como o crescimento do concelho, que deverá ser acelerado com o novo Plano Diretor Municipal, ampliando a zona económica e trazendo mais famílias. “Isso obriga a investimentos urgentes nas escolas, que não podem esperar por manutenção. A Câmara tem de assumir essa responsabilidade e garantir um parque escolar suficiente em quantidade e qualidade, que absorva a população atual e futura. É urgente construir uma escola nova e fazer uma grande obra na escola secundária da União de Góis, projeto este da responsabilidade do Estado, mas que o município deve impulsionar.”
Outro ponto essencial é a rede viária, que tem estado subfinanciada, criando problemas maiores para o futuro. “Temos de identificar as vias mais urgentes, tanto pelas condições como pela procura, para aumentar a competitividade do território. As estradas são vitais não só para quem usa transporte próprio, mas para toda a economia local e para o conforto dos transportes públicos.” A mobilidade urbana, incluindo passeios e espaço público, também será prioritária.
A atração de médicos é outro desafio: “Construímos dois centros de saúde, um está em construção, outro pronto. O município tem de garantir boas condições materiais e criar uma política de atração de médicos, mostrando que Alenquer é um sítio bom para viver, seguro, agradável e competitivo. Com a estratégia certa, poderemos fixar mais médicos com as suas famílias.”