O projeto “Cultura Mais Perto” é promovido pelo município de Arruda dos Vinhos. Tem como objetivo descentralizar e democratizar o acesso à cultura no concelho. A iniciativa começou há cerca de dois meses. Uma viatura itinerante tem percorrido várias localidades do concelho. Já passou por Arruda, Arranhó, Cardosas, Casal Não‑Há e Alcobela de Cima. A viatura está equipada para promover leituras, oficinas criativas e recolha de memórias locais.
Numa das últimas reuniões de Câmara, o vereador João Cavaco (PSD) pediu um balanço inicial do projeto. Perguntou sobre o número de visitas, as inscrições e o feedback dos participantes. Mas o presidente da Câmara, Carlos Alves, destacou os objetivos qualitativos desta fase. Explicou que, por ora, o mais importante foi sensibilizar e familiarizar a população com o projeto e a viatura. Esse período serviu para dar a conhecer a “Cultura Mais Perto” e criar reconhecimento entre cidadãos, carrinha e técnicos.
O autarca mencionou “surpresas positivas” em termos de adesão. Algumas zonas do concelho, onde as com expetativas eram baixas superaram as previsões. Casal Não‑Há e Cardosas tiveram participação expressiva.
Projeto proporciona ainda uma componente de encontro e de convívio
Também em Arruda, nomeadamente na passagem frente ao edifício da Câmara, as atividades de cariz mais artístico e prático despertaram o interesse de muitos munícipes. Contudo, o presidente da Câmara relembra que existe uma componente social igualmente importante: “Muitas destas atividades funcionam também como um espaço de encontro, de combate ao isolamento, sobretudo junto da população sénior.”
Nesta linha, o município está a aproveitar as deslocações da viatura para fazer a recolha de testemunhos para o repositório de memórias do concelho, valorizando assim o património imaterial local. “Nestes encontros, têm surgido contributos espontâneos, histórias de vida e memórias que ficam agora registadas para futuras ações do projeto”, acrescenta Carlos Alves.
Quanto aos dados quantitativos, embora ainda não tenham sido divulgados em detalhe, o autarca reconhece que “os números ajudam a perceber o que pode ser melhorado”, nomeadamente na questão dos horários e da escolha de localizações. “Recebemos sugestões concretas que serão tidas em conta na reprogramação da próxima fase”, garantiu.