É em final de mandato que a Câmara de Azambuja vai finalmente cumprir a promessa que deixou em entrevista à Rádio Valor Local nas últimas eleições – comparticipar o remanescente do Passe Navegante à população residente na localidade de Virtudes, na freguesia de Aveiras de Baixo. São cerca de 28 euros por mês para uma média de 65 utilizadores apurados. Ao Valor Local, o presidente da Câmara, Silvino Lúcio, dá conta que o processo passou pela criação de um regulamento, seguiu-se a discussão pública, e depois a aprovação do município – “Continuamos a considerar que as pessoas foram injustiçadas ao ficarem de fora do Programa de Apoio à Redução Tarifária (PART) e vamos ajudar nesse sentido”, conclui o autarca.
Em 2022, poucos meses depois das eleições ainda chegou a adiantar numa reunião de Câmara que não se mostrava disponível para o esforço financeiro em causa, o que mereceu a desaprovação da oposição. Instado de diversas formas, Silvino Lúcio retomou o dossier já numa fase em que todas as portas se fechavam por parte dos sucessivos governos quanto a comparticipar o remanescente. Recorde-se que o Passe Navegante foi lançado em 2019 com o objetivo de permitir viagens nos transportes públicos por 40 euros mensais dentro de toda a Área Metropolitana de Lisboa. A proposta vai agora ser submetida à aprovação da Assembleia Municipal de Azambuja. “As pessoas estavam a pagar um valor abismal por apenas mais dois quilómetros de viagem e como tal vamos finalmente avançar com esta medida que foi prometida e agora cumprida”.
Valores serão pagos com retroativos a inícios de 2024
O município vai ainda custear com retroativos ao início de 2024, as verbas que os passageiros da CP, residentes na freguesia de Aveiras de Baixo, pagaram sempre que estiverem em causa valores superiores aos 40 euros
Ouvido pelo Valor Local, o presidente da junta de Aveiras de Baixo, José Fortunato Martins, considera que a medida já podia ter sido implementada há muito mais tempo, “até porque o levantamento foi feito há dois anos”. “Trata-se de uma oportunidade eleitoralista do presidente da Câmara”. Silvino Lúcio contrapõe que o tempo de implementação da medida não podia ter sido outro. “Tenho outras medidas que apresentei e que não consegui cumprir. Não se pode dizer que é tudo uma questão de eleitoralismo”.