Os Bombeiros Voluntários de Azambuja assinalaram em janeiro o seu 92º aniversário. Com os olhos postos no futuro, Manuel Arraião, presidente da direção da corporação azambujense, não deixou de agradecer aos “homens e mulheres” que diariamente trabalham naquela casa, lembrando também o tesoureiro António João Bernardeco, que se encontra hospitalizado e a “enfrentar uma batalha corajosa pela vida”. Os projetos para o futuro são muitos, mas o sonho do novo quartel é nesta altura o principal.
O responsável, que cumpre o seu último mandato como presidente, sublinhou o percurso dos bombeiros de Azambuja, até aos dias de hoje, “pois somos uma das instituições do concelho de Azambuja que, ao longo destes anos, tem sido respeitada e acarinhada por toda a comunidade”.
Manuel Arraião lembrou os desafios ultrapassados ao longo deste último ano, e fez uma breve alusão à aprovação da proposta na autarquia, que permitiu a aquisição de um veículo de desencarceramento, que tanta polémica gerou, levando os bombeiros de Azambuja a fazer uma vigília, para que a proposta fosse aprovada pela oposição na Câmara.
Manuel Arraião falou do insuficiente apoio financeiro do Estado, e recordou que “a proteção e o socorro não se fixam apenas e só na época de incêndios, apesar desta ser a mais mediática”.
O responsável referiu que o Estado não tem ajudado o corpo de bombeiros na reposição de viaturas em Azambuja, “para que os seus operacionais prestem um melhor e eficaz socorro, preservando a integridade física de cada um” e daí que tivesse de ser o município e as empresas a ajudarEM na aquisição da viatura de desencarceramento que vai custar perto de 450 mil euros.
Manuel Arraião não se esqueceu de agradecer também à Câmara de Azambuja e juntas de Freguesia, e à sociedade civil, que se mobilizou e que também contribuiu para esta viatura, assim como a Liga dos Bombeiros.
Ricardo Correia, comandante dos bombeiros, não poupou nos elogios ao corpo ativo e também à fanfarra. Em particular referiu-se à adjunta de Comando, que já completou seis anos de serviço, menos um que o próprio comandante.
Pelo meio, o operacional, não se esqueceu de abordar obras importantes, como a Central Municipal de Operações de Socorro (CMOS) que entrou em funcionamento no ano passado, “e cujos resultados, têm estado à vista no que toca à operacionalidade”. No entanto, Ricardo Correia destacou um sonho antigo: Os bombeiros de Azambuja precisam de uma nova casa, pelo que um novo “quartel” é importante em todos os aspetos.
Ricardo Correia recordou os fundos comunitários do quadro 2030, para aludir à possibilidade deste novo e futuro espaço poder ser financiado com fundos europeus e por isso lançou o repto aos presentes nesse sentido. Segundo Ricardo Correia, “há muito que este espaço deixou de responder à dimensão operacional deste corpo de bombeiros e às suas necessidades de treino”.
O operacional não quis deixar de fazer uma referência ao presidente da direção, com quem trabalhou nos últimos anos. Nunca foi segredo a boa relação entre o comando e a direção em particular entre o comandante e o presidente, mas neste discurso de aniversário, Ricardo Correia sublinhou – “Mais do que um Presidente de direção, o senhor foi como um pai para mim durante o tempo que temos tido oportunidade de privar”. Nesta altura, os bombeiros vão a eleições e estão a ser preparadas as listas. Manuel Arraião não se recandidata.