Através de comunicado, a concelhia do Partido Chega de Azambuja rejeita a participação de Ninho Vaz Maia na Feira de Maio. Recorde-se que o cantor de etnia cigana vai estar em palco no dia 24 de maio durante aqueles festejos. O Chega diz que Nininho Vaz Maia não é bem-vindo porque “ofende os princípios do mundo rural, do camponês, do cavaleiro e do folclorista, ou seja do homem ribatejano, humilde, trabalhador árduo que ama a sua terra”. Valores que no entender, daquele partido, não são compatíveis com as acusações que, neste momento, pendem sobre o cantor, ao estar indiciado por suspeitas de branqueamento de capitais e tráfico de droga, pese embora o seu “brilhantismo musical”.
“Obviamente que todos usufruem de presunção de inocência mas no caso em concreto do cantor Nininho Vaz Maia subsiste o passado criminal (condenação com trânsito em julgado) e atualmente a constituição de arguido por fortes suspeitas aliadas à prática de crimes graves” e exorta o município a desfazer o convite e assim respeitar “o homem ribatejano” e não ir atrás de modas e “pluralidades de gostos”. O Chega emite este comunicado já depois das eleições legislativas e da vitória no concelho de Azambuja.
Nininho Vaz Maia foi contratado para vir à Feira de Maio por 35 mil euros. Para Silvino Lúcio, presidente da Câmara de Azambuja, ouvido pelo Valor Local, está fora de hipótese aceder às pretensões do Chega que não quer o cantor nos festejos por “ser cigano”. “Por essa ordem de ideias, o Miguel Albuquerque ao ser arguido também não se podia candidatar ao Governo Regional da Madeira”, demonstra.
Que hipocrisia – um partido com tantos telhados de vidro devia ter vergonha. E a conversa salazarenta é inaceitável!