A noite de sexta-feira, 25 de julho, ficará na memória dos aficionados da tauromaquia. Salvaterra de Magos voltou a afirmar-se como um dos bastiões da festa brava ao acolher uma corrida comemorativa na centenária Praça de Toiros local, assinalando dois marcos importantes: os 120 anos da fundação do Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo e os 25 anos de alternativa da cavaleira Ana Batista, natural da terra.
Com início às 22h00, a praça rapidamente compôs-se de público entusiasta, refletindo o carinho da afición pela data e pelos homenageados. O ambiente era de festa, mas também de respeito e reverência pela arte tauromáquica, numa noite que uniu tradição e atualidade.
O cartel contou com a presença de nomes sonantes do toureio a cavalo: Ana Batista, Luís Rouxinol, Gilberto Filipe, João Moura Caetano, João Ribeiro Telles e Luís Rouxinol Jr. Todos deixaram a sua marca com atuações que aliaram elegância, técnica e entrega, perante um público que respondeu com aplausos e reconhecimento.
A corrida marcou também a estreia, na arena de Salvaterra, da jovem ganadaria Foro do Almeida. Com toiros bem apresentados, a sua prestação foi globalmente positiva, destacando-se pela mobilidade e investida. Ainda que tenham revelado alguma mansidão nas pegas — facilitando o trabalho dos forcados — o quinto exemplar da ordem sobressaiu de forma notável, valendo-lhe a atribuição de volta à arena, sinal da sua bravura e nobreza.
A homenagem ao Grupo de Forcados Amadores do Ribatejo foi um dos momentos altos da noite. Com 120 anos de história, a formação ribatejana fez-se representar em praça por elementos antigos e atuais, que pegaram em solitário, num gesto simbólico da continuidade e união entre gerações. O público reconheceu, com aplausos, o papel deste grupo na preservação da cultura tauromáquica portuguesa.
No intervalo da corrida, foi a vez de Ana Batista ser homenageada. A cavaleira, que celebra 25 anos de alternativa, foi ovacionada de pé pela afición, que assim lhe reconheceu uma carreira pautada pela dedicação, coragem e elegância. Figura maior da tauromaquia nacional, Ana Batista consolidou-se como uma referência incontornável da arte equestre portuguesa.
A direção da corrida esteve a cargo de Marco Cardoso, com o apoio do médico veterinário José Luís Cruz, assegurando o rigor e o cumprimento de todas as condições regulamentares para o bem-estar dos animais em praça.
Apesar de os momentos de homenagem terem retirado algum ritmo ao espetáculo, reforçaram o simbolismo e a importância desta noite para a comunidade taurina. Salvaterra de Magos voltou a demonstrar que mantém viva a sua identidade taurina, numa noite marcada pela emoção, pela bravura e pelo respeito por uma tradição que continua a unir gerações.
Texto e Fotos: Sofia Rodrigues
