A vereadora Dora Pereira pode ser a senhora que se segue a abandonar o executivo da Câmara de Alenquer depois de Rui Costa, ex-vice-presidente da autarquia que saiu no final do mês de agosto para o setor privado. A concretizar-se será mais um abanão neste que é o último mandato de Pedro Folgado à frente do município e quando ainda faltam cumprir dois anos até às próximas eleições.
Pedro Folgado, em declarações ao Valor Local, expressa que ainda não foi feito um pedido formal de renúncia ao mandato mas que já foi sondado nesse sentido pela vereadora que ao longo dos três mandatos tem estado à frente das pastas do Urbanismo, Planeamento do Território e Fiscalização Municipal. “A vereadora é um elemento da equipa muito importante e será complexo substituí-la se assim tiver de ser”. O autarca revela que Dora Pereira já confidenciara que teria de começar a pensar na sua vida para além de 2025, pois terá de encontrar forma de seguir a sua carreira noutro plano. Folgado terá ainda de pensar se chama a si a gestão das principais pastas de Dora Pereira ou se as distribui pelos restantes vereadores. Se sair do executivo segue-se na lista José Honrado, atualmente chefe de gabinete do presidente da Câmara.
O presidente da Câmara não esconde que animicamente não está a ser fácil lidar com a possibilidade de duas saídas num curto espaço de tempo, mas que no seu caso não vai desistir antes das eleições de 2025, pelo que “há que continuar caminho com a nova equipa”.
Dora Pereira, ao longo deste mandato, tem sido dos elementos da equipa de Folgado mais visados pela oposição seja pelos dramáticos contornos do caso dos camiões Santos e Vale cujos processos foram a seu despacho e apreciação ainda no primeiro mandato, seja pelas relações familiares com um dos chefes de divisão da Câmara e possíveis incompatibilidades, dado que o marido está numa secção do município diretamente relacionada com o trabalho da vereadora.