Helder Esménio não vai apoiar nenhuma das candidaturas próximas do PS às autárquicas deste ano. Como se sabe, o candidato oficial dos socialistas é Francisco Madelino, atualmente presidente da assembleia municipal, mas a sua eleição dentro da concelhia não foi pacífica. A candidatura que internamente foi derrotada emerge agora sob a forma de um movimento independente, que será encabeçado pela atual vereadora Helena Neves, também eleita pelo PS nos últimos três mandatos.
Em exclusivo Valor Local, Helder Esménio, presidente da Câmara, excluiu uma candidatura para a Assembleia Municipal, lugar para o qual foi convidado por uma das listas. Sem especificar qual, o atual presidente da Câmara, diz que só quer terminar o seu mandato de modo tranquilo e diz não ter planos para o futuro.
Em fim de mandato, Esménio que durante a sua carreira como engenheiro foi funcionário do município, destaca que já tendo cerca de 50 anos de descontos, visto que começou a trabalhar aos 14, e desde há dois que pode colocar os papéis para a reforma, grosso modo. “Quem trabalha dos 14 até aos 64, e vai fazer 65, não sabe fazer mais nada do que trabalhar. Vamos ver o que é que vai acontecer, mas sinceramente não tenho nenhum plano. O único plano que tenho é procurar levar até ao fim a gestão da Câmara Municipal com a mesma dignidade com que tenho procurado exercer o cargo”.
Presidente da Câmara suspeita que as próximas eleições possam ser muito “ruidosas” no concelho
Com o anunciado movimento independente, o PS e demais partidos ou outros movimentos que possam surgir, o presidente da Câmara considera que existirá “muito ruído” na campanha. “Nem sempre as regras e a ética são seguidas por todos”, e como tal conclui: “O melhor serviço que posso fazer à Câmara Municipal é procurar manter um certo distanciamento do período conturbado que vamos viver”.
Sem declarar apoio a nenhuma das listas, até porque o movimento independente integra pessoas que lhe são próximas e com as quais trabalhou nestes últimos 12 anos, Hélder Esménio reforça que neste processo deverão aparecer outras lideranças e outros protagonistas. Por isso, “acho que a pior coisa que pode acontecer a um líder é a tentativa do líder anterior de continuar, entre aspas, a assombrar o seu trabalho”.
“Portanto, o que manda o bom senso é que me mantenha a ser Presidente de Câmara enquanto tiver mandato para isso, pelas responsabilidades que tenho, e pelos compromissos que assumi com a União Europeia e outras entidades”. Depois disso, “serei um cidadão a votar como qualquer outro”.