Já foi lançado o concurso para a construção do novo cemitério de Aveiras de Cima no valor de 1 milhão e 800 mil na esperança de que possa vir a ser atribuído a um potencial interessado, já que caiu por terra o primeiro concurso. O único concorrente apresentou um valor superior ao que estava no caderno de encargos. Esta é uma obra ansiada há cerca de 11 anos, tendo em conta que o atual cemitério está a rebentar pelas costuras, havendo espaço para apenas mais meia dúzia de campas. A junta de freguesia encontra-se em contagem decrescente para que as obras do novo cemitério possam arrancar o mais breve possível. O cemitério de Azambuja já recebeu falecidos da freguesia de Aveiras. “Esperamos que esta subida dos valores seja suficiente de forma a começarmos a obra o quanto antes”, refere ao Valor Local, Silvino Lúcio, presidente da Câmara, que adianta que haverá ainda obras nos próximos tempos nos cemitérios de Casais da Lagoa e Aveiras de Baixo, bem como no novo cemitério de Azambuja
Numa visita ao cemitério de Aveiras de Cima, o presidente da junta de freguesia, António Torrão, explica que o atual cemitério data dos anos 50, e não fora o crescimento da opção, nos últimos anos, pela cremação, o estado de coisas no local ainda seria mais grave. Desde 2021 que já foram enterradas seis pessoas no cemitério de Azambuja. A freguesia regista em média 60 óbitos por ano. Vinte por cento vai para cremação. Os restantes são sepultados nos túmulos de família, quando é o caso.
“A ligação da população em relação ao método mais tradicional de enterramento em que vem visitar a campa dos familiares ainda está muito presente, daí a necessidade que temos de ampliar o cemitério”, cujo terreno compreenderá uma vasta área, semelhante à do atual e contígua ao mesmo, para um período de 50 anos. Entre os trabalhos previstos estão a construção de muros de vedação em betão, jazigos, edificação de sanitários e de uma capela, nivelamento do piso, aplicação de calçada e lancis. “Estará ainda preparado para receber um crematório se for essa a aposta”, dá conta o presidente da junta. Uma das preocupações passará pela criação de um local para depósito das cinzas resultantes da cremação, “porque temos assistido ao espalhamento de cinzas no cemitério. e nalguns casos até levantam as pedras das sepulturas, (provavelmente onde já estão enterrados outros familiares) porque nem toda a gente leva as cinzas para casa. É um fenómeno estranho”, dá conta. “Assim é uma forma de assegurar esse tipo de alternativa para que haja também alguma dignidade”.
“Este processo do cemitério tem sido altamente demorado, porque andamos nisto desde o antigo presidente de junta, Justino Cláudio. Há quatro anos que temos o terreno, mas as obras é caso para dizer que estão mesmo muito atrasadas. Tem faltado sensibilidade à Câmara de Azambuja. Temos implorado por esta obra até à exaustão”, conclui o autarca.