Este início de uma nova legislatura coincide também com o início de funções da nova liderança do Partido Socialista agora com José Luis Carneiro, que a julgar pelos primeiros indícios parece que ainda não percebeu muito bem o que lhes aconteceu no dia 18 de maio; aconteceu ao PS e a toda a esquerda parlamentar. Os portugueses foram claros e inequívocos na confirmação da vitória da AD, no reforço da votação no Chega e na recusa liminar da governação socialista que nos últimos 30 anos governou o País durante 23 anos.
Tem havido por parte do PS e da esquerda em geral uma tentativa de querer colar o governo à agenda do Chega devido a um acordo estabelecido em sede parlamentar sobre a nova lei da imigração, sendo esta uma matéria que deveria fazer o PS corar de vergonha por aquilo que fez, e sobretudo não fez, durante os governos de António Costa com as portas abertas e totalmente escancaradas contribuindo decisivamente para o caos que se vive em muitos serviços e respostas públicas que, naturalmente, não foram dimensionadas para uma resposta a um aumento exponencial dos fluxos migratórios. Alguém de boa-fé pode negar que o agudizar dos problemas nos serviços públicos, na procura de habitação, no aumento de inscrições nas nossas escolas ou na procura de consultas médicas/hospitalares tem a ver com o facto de desde 2020/2022 termos recebido cerca de um milhão e seiscentos mil imigrantes?
Os imigrantes fazem falta ao Pais e a nossa economia hoje não funcionaria sem eles, mas com regras claras e condições dignas de integração na sociedade portuguesa. Como é que um País de 10 milhões de habitantes pode albergar de forma digna um contingente desta ordem? Aliás devo recordar que na anterior legislatura se houve alguém que estabeleceu diversos acordos e coligações com o Chega na Assembleia da República foi precisamente o PS de Pedro Nuno Santos nomeadamente num acordo para a eliminação das portagens, no IRS da eletricidade ou no chumbo da Unidade de Estrangeiros e Fronteiras. Luís Montenegro disse em campanha eleitoral que dialogaria com todos os partidos em sede parlamentar no sentido de acolher sugestões e propostas de governação que não alterando os compromissos eleitorais da AD e o Programa de Governo, possam trazer mais-valias e dar um contributo para a boa governação e servir o Pais com políticas públicas que respondam aos verdadeiros problemas do País e reais anseios das pessoas.
Os diversos partidos da oposição devem manifestar abertura para entendimentos com o governo em matérias onde sejam possíveis esses entendimentos. Os partidos responsáveis sabem que tanto se serve o País no governo como na oposição, sempre ao serviço dos Portugueses. Esse é afinal o objetivo e o fim último da política !!
