Em declarações exclusivas ao Valor Local, Luís de Sousa dissipa dúvidas: vai mesmo dar parecer positivo às duas mega centrais fotovoltaicas em perspetiva para o concelho: Torre Bela e Quinta da Cerca. Haverá mais uns quantos projetos de grande dimensão, mas o presidente da Câmara de Azambuja garante que depois de viabilizar aqueles dois de maior envergadura a cargo das empresas CSRTB Unipessoal LDA e Aura Power (Torre Bela) e Fotovoltaica lote A – EDP (Quinta da Cerca) fecha a porta a novos projetos de maior monta.
Luís de Sousa adiantou a notícia na nossa edição impressa que foi para as bancas esta quinta-feira e diz mesmo – “Estive a analisar tudo com muita calma e não vejo motivos para não votar a favor”. Os impostos municipais que em particular a empresa Aura Power e CSRTB podem vir a pagar não são, na sua opinião, algo a colocar de parte. Ao longo dos 30 anos que as empresas pretendem estabelecer-se no concelho deverão pagar de derrama um total de quatro milhões de euros, o que no conjunto das três décadas não chegará a 200 mil por ano. Quanto ao IMI, a Câmara ainda está a tentar apurar junto da autoridade tributária se a empresa terá ou não de fazer face este imposto. Em declarações ao nosso jornal Simon Coulson, CEO da empresa, garante o seu compromisso de honra quanto à instalação da sede social no município.
“Temos de pegar neste tipo de processos com muita calma porque há compromissos e objetivos do Governo para o ambiente, e nós do nosso lado também temos de avaliar em conformidade”, refere o autarca. Sendo certo que a Câmara não vê grandes entraves nos dois projetos, porque estão “dentro de muros”. A autarquia está a ver com as duas empresas possíveis benefícios que podem passar por apoios “junto de IPSS e coletividades” com “placas fotovoltaicas” que podem fazer diminuir a fatura da eletricidade, entre outro tipo de ajudas.
“Não vale a pena andar nestas guerras porque a Assembleia Municipal é que decide. E se decidir que não quer os projetos, depois vem o Governo que tem a faca e o queijo na mão em tudo isto”. Luís de Sousa diz que ainda não sentiu pressão por parte do Estado neste âmbito.
O autarca recusa a ideia de que está na disponibilidade de abrir os braços para todo o tipo de projetos desta envergadura, até porque “há limites” e nesse sentido declara que fecha a porta a outros congéneres no futuro. Lembra que houve uma desistência, entretanto – “Veio aqui um projeto para um campo de painéis para Alcoentre e Rio Maior mas já anunciaram que afinal não pretendem vir para cá. Mais recentemente e nos últimos dias outro anunciou que também desistiu de ficar no nosso concelho. Por aqui se vê que não são tantos assim!”. “De resto temos dois projetos muito pequenos também aqui no concelho mas quase insignificantes” que deverão ser votados favoravelmente entretanto.