Perante um pavilhão municipal praticamente cheio, com cerca de 600 pessoas, Margarida Lopes apresentou oficialmente a candidatura do PSD à Câmara de Azambuja, pedindo “uma maioria sólida e robusta” que lhe permita “decidir, executar e transformar” o concelho. A social-democrata traçou um retrato severo da governação socialista, acusando a equipa de Silvino Lúcio de ter deixado o concelho “paralisado, a perder oportunidades e cada vez mais para trás”.
“Passaram mais quatro anos e nada mudou. Não fizeram porque não souberam, não fizeram porque não quiseram”, criticou, contestando a afirmação do atual presidente de que cumpriu 70 % do programa. “Isso é mentira”, disparou, deixando claro que quer colocar um ponto final em “promessas adiadas e projetos na gaveta”.

A candidata apresentou um programa assente em várias áreas-chave. Na Habitação, prometeu arrancar, logo no início do mandato, com o plano “Mais Casas, Mais Vida”, que prevê a construção de 50 novas habitações até 2029. O projeto inclui a criação de uma equipa municipal dedicada ao aproveitamento dos fundos comunitários, o reforço dos serviços de urbanismo para acelerar processos, a dinamização da cooperativa Socasa e a aposta em condomínios ecológicos de madeira sustentável, com rendas acessíveis para jovens casais.
Para a Saúde, anunciou a instalação de uma Unidade de Saúde Familiar de modelo C, “a mais completa e eficaz”, e um apoio municipal de 2.500 euros mensais para cada médico que se fixe no concelho, um investimento que “não chega a 1 % do orçamento da Câmara, mas que pode garantir médico de família a milhares de pessoas”.
Em Educação, garantiu a requalificação urgente da Escola Secundária de Azambuja, o alojamento de docentes em antigas escolas de Manique e Tagarro, e mais meios para os agrupamentos escolares. Prometeu ainda transferir a limpeza para empresas especializadas, libertando assistentes operacionais para apoio direto aos alunos.

No plano da Segurança, Margarida Lopes recordou que a criminalidade no concelho cresceu mais de 11 % em 2023 e defendeu “respostas firmes”: estudo para criação da Polícia Municipal, instalação de videovigilância em zonas críticas – como escolas e estações ferroviárias – e reforço do patrulhamento da GNR, incluindo no Alto Concelho.
As propostas estendem-se à Economia e Mobilidade, com a promessa de atrair empresas que paguem melhores salários, apoiar o comércio local, captar mais superfícies comerciais, criar parques de estacionamento para pesados em Azambuja e Aveiras de Cima e resolver a falta de estacionamento na vila. Um plano de requalificação da rede viária, financiado com 25 % do Imposto Único de Circulação, pretende acabar com “remendos de última hora”.
No Ambiente, a candidata comprometeu-se a integrar práticas sustentáveis em todos os projetos municipais, a classificar o Paúl de Manique do Intendente como Reserva Natural Local, a recuperar e proteger o Esteiro e a zona do Palácio, e a assegurar a limpeza regular das ribeiras da Milhariça e do Valverde, combatendo descargas ilegais.

Margarida Lopes defendeu que “o orçamento recorde de 34 milhões de euros não tem servido para melhorar a qualidade de vida”, apontando “falta de visão e de vontade política”. Sublinhou que não é “política profissional”, mas “mulher, trabalhadora, mãe e filha, com os pés bem assentes na terra”, que quer servir a comunidade “com honestidade, competência e dedicação”.
O comício contou com a presença do vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, António Rodrigues, do presidente da Câmara do Cartaxo, João Heitor, entre outros.

Ainda entre os apoiantes esteve também Marques dos Santos, antigo responsável pelo urbanismo da Câmara de Azambuja nos mandatos do socialista Joaquim Ramos.