Representantes da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) vão estar no Centro Paroquial de Azambuja para uma sessão de esclarecimento sobre a passagem do TGV pelo concelho de Azambuja, no próximo dia 13 de março. Neste momento está em fase Avaliação de Impacte Ambiental a fase 2 do Trouço Soure-Carregado, lote C. Os interessados em consultar o processo e dar a sua opinião podem fazê-lo através do portal Participa.pt. Duas zonas nevrálgicas do concelho de Azambuja estão assinaladas no Estudo de Impacte Ambiental, ao qual tivemos acesso, Vila Nova da Rainha e Alcoentre. O projeto do TGV no que ao concelho de Azambuja deverá arrancar até 2026.
Da leitura do documento é possível verificar que ficaram acauteladas as pretensões do município e dos moradores de Vila Nova da Rainha. “Os traçados encontram-se o mais possível deslocados para poente de Vila Nova da Rainha, conforme solicitação da Câmara de Azambuja, o que foi conseguido à custa da diminuição das características geométricas e à sobrepassagem da zona de proteção intermédia da captação da Quinta do Campo em viaduto”, descreve o estudo. A povoação de Vila Nova da Rainha fica assim com um afastamento de 250 m (via descendente) e no máximo 400 m (via ascendente) face aos traçados. Inicialmente a população acreditava que o TGV podia passar a escassos 10 metros das casas, o que motivou uma onda de contestação generalizada.
De acrescentar que a EPAL não viu inconvenientes quanto à passagem de um viaduto próximo de uma conduta desativada na denominada zona da Quinta do Campo, que estava pensado inicialmente para uma zona mais próxima das habitações, o que mais uma vez veio a contento do município. A empresa de águas apenas ressalva que seja assegurado o posicionamento dos pilares fora da zona imediata da captação e do edifício que se encontra nas proximidades.
Dois traçados em análise na zona norte do concelho
Já nas localizações mais acima no concelho de Azambuja, estão em cima da mesa dois possíveis traçados. O traçado que pareceu mais razoável, numa sessão pública realizada em maio do ano passado, aos moradores é o que parte do muro da Torre Bela e segue para Manique do Intendente passando a alguma distância da freguesia, afetando apenas a parte da zona da Caneira onde moram três ou quatro pessoas. Este traçado não passa dentro de aglomerados populacionais. Alguns dos presentes na sessão demonstraram preocupação face à possibilidade de passar junto a Vale Vigário e Casais das Boiças. Já o outro traçado que pode revelar-se mais pernicioso para os interesses da população atravessaria Casais da Areia, e a Ponderosa.
No documento a APA explicita que está contemplado, por um lado, e num dos traçados, um afastamento que permite contornar a zona mais ocupada em termos urbanos de Alcoentre e Quebradas que se localizam nos kms 16 e 22km. Já a outra solução, a que colhe mais aceitação da população, desenvolve-se sempre a nascente e em zona mais florestal, e onde também se encontra a central fotovoltaica da Torre Bela. Contorna, depois, por poente as instalações da CLC em Aveiras de Cima e a zona de risco associada a cerca de 14 quilómetros.
Troço C abrange concelhos de 3 distritos
O projeto da Nova Linha de Alta Velocidade entre Porto e Lisboa, cujas obras devem estar concluídas até 2032, faz parte do Plano Nacional de Investimentos e tem como principal objetivo diminuir a redução do tempo de percurso entre estas duas cidades. O objetivo é que a viagem não leva mais do que 1 hora e 15 minutos. No troço C de 116 ou 117 quilómetros conforme venha a ser escolhida determinada solução está em causa o atravessamento do TGV pelos concelhos de Porto de Mós, Alcobaça, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Caldas da Rainha no distrito de Leiria. Alenquer, Azambuja e Cadaval no distrito de Lisboa e Rio Maior no distrito de Santarém.