O CDS apresentou esta terça-feira, 29 de julho, Paulo Núncio como candidato à Câmara Municipal de Vila Franca de Xira. A candidatura marca o regresso do partido às eleições autárquicas com listas próprias no concelho, depois de cerca de uma década sem concorrer de forma autónoma. A escolha de Núncio representa uma aposta de peso, com um discurso centrado nas críticas à governação socialista, que, segundo o candidato, tem mantido o concelho “amarrado ao passado”.
Durante a sessão de apresentação, o atual líder parlamentar do CDS acusou o executivo camarário, liderado pelo PS, de manter elevadas taxas de impostos, má gestão dos recursos municipais e falta de visão para os desafios sociais e de segurança que afetam os vilafranquenses. “Vila Franca de Xira paga dos impostos mais altos do país e recebe dos serviços mais pobres”, afirmou, referindo-se às taxas de IRS e derrama municipal. “Isto é injusto e tem de acabar.”

No plano fiscal, Núncio compromete-se a devolver 5% do IRS às famílias e a eliminar a derrama municipal para as empresas, criando um ambiente mais favorável ao investimento e aliviando o peso sobre os contribuintes. Defende uma gestão municipal “mais eficiente, menos gastadora e mais próxima das necessidades reais da população”.
A ação social é outro dos pilares da candidatura, com o CDS a prometer mais apoio às instituições do setor solidário, nomeadamente IPSS, lares, associações de apoio à deficiência e famílias em situação de vulnerabilidade. Núncio sublinhou que a política social deve ser feita com “justiça, critério e dignidade, sem esquecer ninguém”.
A segurança foi também alvo de críticas por parte do candidato, que considera que o concelho carece de medidas urgentes para garantir a tranquilidade das populações. Propõe reforçar o policiamento de proximidade, melhorar a iluminação pública e instalar sistemas de videovigilância em zonas críticas. “Segurança não é luxo. É uma condição da liberdade e um direito básico das pessoas”, sublinhou.
Núncio criticou ainda o imobilismo do executivo socialista em matérias como a habitação, acusando a câmara de manter “na gaveta” a carta municipal proposta e aprovada pelo CDS na Assembleia Municipal. Apontou também falhas nas áreas da mobilidade, saúde e na falta de estratégia para o mundo rural. “Há 50 anos que Vila Franca vive sob o mesmo domínio político. O concelho parou no tempo. Esta candidatura representa uma alternativa clara e credível”, garantiu.
Apesar de não ser natural do concelho, Paulo Núncio já desempenhou funções como deputado municipal em Vila Franca e afirma ter construído um forte vínculo ao território. Recordou com orgulho o papel do CDS na aprovação da primeira redução do IMI no município e assegura que está pronto para “liderar um novo ciclo”.

Na sessão esteve também presente o presidente do CDS-PP, Nuno Melo, que reforçou o peso das autárquicas na identidade do partido. “As eleições autárquicas são uma marca do CDS”, afirmou, elogiando a coragem e determinação de Paulo Núncio por aceitar liderar a candidatura num concelho historicamente difícil para o partido. “Acreditamos num bom resultado.”
Foi ainda apresentada a cabeça de lista à Assembleia Municipal, Filomena Rodrigues, com um percurso reconhecido na política local, bem como José Manuel Gonçalves, presidente da CERCIPÓVOA, que ocupará o segundo lugar na lista à Câmara Municipal. O CDS-PP apresentará também listas candidatas às seis assembleias de freguesia do concelho, reforçando a sua presença no território.
A candidatura conta com independentes e com a Juventude Popular, que terá candidatos próprios a várias juntas. Para Núncio, o envolvimento de novas gerações é sinal de renovação e compromisso com o futuro.
“Vila Franca pode mais, merece mais e vai ser mais”, concluiu, apontando a sua candidatura como uma alternativa “séria, determinada e com propostas concretas” para dar um novo rumo ao concelho. O CDS apresenta-se assim com listas próprias, “com a cabeça erguida”, e com a ambição de recuperar protagonismo político e autárquico em Vila Franca de Xira.