Ao fim de vários anos, o complexo da Chemina em Alenquer vai finalmente sair do papel. A informação é avançada ao Valor Local pelo presidente da Câmara, Pedro Folgado, que assegura que a apresentação do projeto ao público e à comunicação social, deverá acontecer nas próximas semanas.
O autarca fala num projeto complexo, tendo em conta a estrutura do edifício e a necessidade de manter a fachada do mesmo. A antiga fábrica de lanifícios abandonada há mais de 30 anos, foi devorada por um fogo no ano 2000 e isso veio a atrasar todo o seu processo de recuperação.
No entanto, o presidente da Câmara sublinha que o projeto apresentado pela empresa asiática Sunshine Life- Investimento Imobiliário Unipessoal, também lhe pareceu ser aquela que melhor serviria o edifício. A antiga fábrica foi comprada em hasta pública por um milhão e cem mil euros, e será agora um hotel com entre 50 a 80 quartos, um SPA, e um auditório.
Pedro Folgado vinca que, nesta altura, decorrem ainda reuniões entre o promotor e a autarquia e confirma que a pandemia veio atrasar o processo, ao ponto de o vereador do PSD, Nuno Miguel Henriques, ter dado a entender numa entrevista à Rádio Valor Local, que desconfiava da chegada deste projeto a bom porto.
Edifício está a ser um desafio arquitetónico para a Sunshine Life
Pedro Folgado nega a falta de desinteresse do promotor, mas confirma que houve algum “abrandamento” do projeto do hotel, tanto mais que existiram, segundo o autarca, alguns desafios que tiveram de ser ultrapassados. O presidente da Câmara refere que o espaço tem de ser bem estudado para ter a maior rentabilidade possível.
“Primeiro, porque a área parece grande, mas não é. Sendo demasiado retangular, não se pode esticar para lado nenhum”, refere acrescentando, ainda, que a manutenção da fachada está a ser também um desafio em termos técnicos e estéticos.
“As janelas são muito altas e não pode caber em cada uma delas um andar, sendo necessária, então, alguma ginástica arquitetónica para manter a fachada com necessidade de rentabilizar os tamanhos dos quartos e encaixá-los nas respetivas janelas no edifício.”
É por isso que, possivelmente, algumas das janelas, corresponderão a dois andares, tudo para que a fachada permaneça original, e sem se notar por fora alguma “da engenharia” colocada neste projeto.
Ao futuro hotel, junta-se a construção de um parque de estacionamento subterrâneo ao abrigo do projeto de revitalização da vila de Alenquer, o PEDU – Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, e cuja intervenção rondará os 3 milhões de euros.
Em declarações ao Valor Local em fevereiro de 2022, Tiago Pedro, atual vice-presidente da Câmara, sublinhava também a importância deste parque, tanto mais que vai servir de apoio ao Mercado Municipal, entretanto já requalificado.
A intervenção contempla os espaços públicos da Rua dos Guerras, o Jardim Vaz Monteiro e os edifícios da Sociedade União Musical Alenquerense (SUMA). Pretende-se melhorar as condições de acessibilidade, criar um parque de estacionamento, requalificar espaços verdes, e demolir os edifícios da SUMA.
Este é um projeto que deverá avançar em simultâneo com as obras de requalificação do edifício. Segundo o presidente da Câmara, para minimizar os transtornos à população.