Tiago Pedro, vice-presidente da Câmara de Alenquer, assumiu na Rádio Valor Local, que estará disponível para uma candidatura à Câmara, fora da estrutura socialista, embora essa questão seja para já apenas hipotética. À margem do balanço das obras realizadas no concelho de Alenquer, o atual vice de Pedro Folgado, que no ano passado aludiu a uma candidatura pelo PS, na Rádio Valor Local, diz agora que de certa forma se arrepende de não ter disputado de modo mais acérrimo as eleições na concelhia com João Nicolau.
“Internamente, podia ter assumido uma candidatura contra o João Nicolau no Partido Socialista. Optei por não o fazer. É sabido que não tenho um percurso feito no Partido Socialista desde cedo. E esse trabalho entre os partidos é muito importante”, destaca Tiago Pedro que reconhece a mais-valia de João Nicolau dentro do PS, não só como militante, mas como antigo deputado na Assembleia da República e na Assembleia Municipal, embora lembre que não tem experiência executiva.
No entanto, nos dias de hoje, Tiago Pedro, revela que tem “uma perspetiva diferente daquela que possuía nos dias antes da eleição interna no Partido Socialista”, até porque na sua opinião, existia consistência no apoio a João Nicolau dentro da estrutura local. Por outro lado, acentua que se o momento da sua hipotética candidatura fosse “mais refletido, provavelmente teria acabado por o fazer”.
Tiago Pedro refere a sua disponibilidade para Alenquer, vincando: “Não fecho a porta à minha, seja de que forma for. Estarei sempre disponível e estou atento a tudo o que se passa à minha volta”. e acrescenta “Gosto demais de Alenquer, para deixar de me apresentar como uma alternativa, se sentir que o que vejo é instável, é inseguro e que não me traz confiança”, refere sem querer especificar.
João Nicolau não conta com Tiago Pedro
Tiago Pedro sublinha que o atual candidato, já assumido pelo Partido Socialista, lhe disse que não contava consigo para as novas listas, e por isso destaca que os seus próximos meses vão ser “ocupados, agitados e com responsabilidade, como até aqui”.
Para o vice-presidente da Câmara, há valores mais altos atualmente, como o cumprimento do mandato e de algumas obras importantes para o concelho. Por outro lado, e no meio de tanta agitação na política alenquerense, seja à esquerda seja à direita, refere que “é preciso ter coragem de evitar fazer política de concessões”. Sublinha por isso a necessidade “que temos de ser objetivos e pensar na globalidade”. “Tudo é importante, é verdade, mas conheço o meu concelho desde que nasci, portanto, e fico por isso muito contente de ter participado neste processo ao lado de pessoas que prezo muito”.
O autarca recorda que as eleições autárquicas são diferentes. Para si “as pessoas votam nas pessoas, mais do que propriamente no resto” e recorda que o PS tem sido desde sempre poder em Alenquer.
A população sempre “confiou na gestão socialista, mas também confiou na gestão do seu presidente” e vinca que essa terá sido a matriz e a marca socialista dos antigos presidentes, Álvaro Pedro, Jorge Riso e na atualidade com Pedro Folgado, sublinhando a importância da “solidez dos seus projetos autárquicos.”
Tiago Pedro relembra ainda que em Alenquer “as pessoas habituaram-se a que o Partido Socialista apresentasse um candidato experiente, com uma equipa coesa”, mas aponta também, que agora com o fim deste ciclo de Pedro Folgado, há alguma agitação política “em torno dos vários partidos. É natural que assim seja, considerando este contexto, mas parece-me que ainda falta um ano”.
“É o candidato do partido que represento e, portanto, serei solidário com essa candidatura enquanto estiver em funções”, mas acrescenta: “Não temos de concordar com toda a gente”
Nesta altura, Tiago Pedro, refere não ter ainda uma decisão tomada, garantindo também que não tem convites de outros partidos ou movimentos. O vice de Folgado sublinha, no entanto, que neste momento apoia João Nicolau. “É o candidato do partido que represento e, portanto, serei solidário com essa candidatura enquanto estiver em funções”, mas acrescenta: “Não temos de concordar com toda a gente”.
Tiago Pedro recorda não ter muito contato com o atual cabeça de lista do PS, e coloca-se num lado diferente de Nicolau. O vice-presidente atual, salienta que “temos formas distintas de estar em alguns assuntos, outras mais aproximadas. Cada um que tem o seu estilo, de facto. Eu acho que temos perfis diferentes e, nessa matéria, portanto, o João tem aqui a experiência deliberativa da Assembleia da República, mas não tem a experiência executiva necessariamente da Câmara ou do organismo, que acho que é realmente muito importante, mas também não me parece que seja determinante na hora de agarrar uma Câmara Municipal”, destaca.
Para o autarca “é muito importante que toda a gente tenha a perfeita noção de todas as competências que tínhamos nomeadamente em termos executivos”, as quais “são importantes no acompanhamento técnico dos processos que vão muito para além da política. É preciso administrar verdadeiramente e estar perto para garantir que as coisas funcionem”. Este seria de resto um dos recados dados ao próximo executivo da Câmara Municipal, até porque segundo Tiago Pedro, há toda uma exigência diária “porque falamos da vida de 44 mil, 45 mil pessoas e temos um orçamento de 48 milhões de euros” para gerir.
