O proprietário da Quinta da Queijeira onde se localiza o Aterro de Resíduos não Perigosos da Triaza em Azambuja tem ordem do Tribunal para efetuar a recuperação paisagística da envolvente à exploração daquela unidade, em causa cerca de 20,4 hectares de terreno. Segundo Pedro Ribeiro, proprietário da empresa Agregados Ibéricos, ao Valor Local, este já tentou ir ao local mais do que uma vez para efetuar a recuperação paisagística mas o acesso foi-lhe negado pela Triaza.
“Temos notificado por diversas vezes a arrendatária do local, a Sociedade Triaza, pedindo o acesso ao imóvel, por forma a iniciar o cumprimento do plano. Contudo, a arrendatária não tem permitido o acesso ao local, impedindo a Agregados de cumprir com a sentença judicial. É intuito da Agregados Ibéricos iniciar o cumprimento do plano de recuperação ambiental, o mais depressa possível, evitando assim mais danos ambientais”, dá conta. “Toda esta situação, foi comunicada também à Câmara Municipal da Azambuja, requerendo assim o auxílio desta na resolução desta questão”.
O Valor Local questionou a Triaza sobre o facto de alegadamente estar a incumprir com uma ordem do tribunal, ao obstaculizar a entrada de Pedro Ribeiro na Quinta da Queijeira, mas a empresa preferiu ignorar esta questão, e apenas respondeu que “aguarda com expetativa, desde novembro de 2024, a prezada clarificação por parte da Câmara Municipal de Azambuja, referente ao enquadramento relativo às iniciativas da responsabilidade da firma Agregados Ibéricos”.
Relação entre Pedro Ribeiro e Triaza tem passado pelos tribunais
Recorde-se que a relação entre a a Agregados Ibéricos e a Triaza já conheceu vários processos em tribunal, um dos quais o Valor Local deu eco durante o ano de 2020, quando Pedro Ribeiro acusou, à época, a SUMA e a Triaza nas pessoas dos seus administradores Jorge Agostinho Rodrigues e Pablo Blanco de corrupção ativa e passiva e recebimento indevido de vantagem. Processo que acabou por ser arquivado pelo Ministério Público. Em tribunal a SUMA chegou a evocar que Pedro Ribeiro iniciara um processo de retaliação contra o operador de resíduos em causa porque queria 5 milhões de euros pela compra da Quinta da Queijeira, algo a que a SUMA se furtou.
Recorde-se que na origem do aterro, inaugurado em 2017, e nos últimos anos inativo, está alegadamente a recuperação paisagística das áreas escavadas de uma saibreira que existiu na Quinta da Queijeira nos anos 90 do século passado, cuja operação estava esgotada e após ter sido negada a pretensão do proprietário em aumentar a área da saibreira para além dos 46.890 m2 existentes.