Já foi assinado o documento que vai finalmente permitir o pontapé de saída com vista ao início das obras de requalificação da Nacional 3, na Zona Industrial de Vila Nova da Rainha e Azambuja. A intervenção terá lugar aos kms 5+779 e 6+ 467 na execução de duas rotundas, nos pontos indicados, e na requalificação do troço que as irá ligar. As obras têm um custo de 2,1 milhões de euros e vão durar 300 dias.
O objetivo desta empreitada “consiste na melhoria das condições de visibilidade e de circulação, minimizando os níveis de sinistralidade e potenciando um ambiente mais funcional e seguro para os seus utilizadores”, diz o município em comunicado. Pretende ainda, acrescentar um elemento geométrico, dissuasor de velocidades excessivas, impedindo assim perigosas viragens à esquerda para os acessos a zonas industriais e outros, contribuindo para uma melhor distribuição e fluidez do trânsito nas zonas das interseções.
A área de intervenção apresenta um elevado volume de trânsito automóvel, nomeadamente de pesados, bem como números de sinistralidade preocupantes. Os trabalhos têm início previsto para 19 de agosto de 2024. Serão realizados de forma faseada, para garantir menor constrangimento. Estas obras apesar de poderem condicionar o trânsito em larga escala, não serão impeditivas da circulação nas duas faixas, assegurou o presidente da Câmara, Silvino Lúcio, em reunião da autarquia, mas o estacionamento de camiões nas bermas é uma grande preocupação, conforme também foi exposto na mesma reunião pela autarca Helena Maciel. Silvino Lúcio deu a conhecer que o armazém de logística da Aquila possui um parque de estacionamento com 60 lugares e que está vazio, pelo que o município vai tentar sensibilizar os operadores logísticos, especialmente a Salvesen, a utilizarem aquelas instalações e a reorganizarem a entrada e saída dos seus produtos.
Concelho de Alenquer fica para trás nas prioridades da IP
O município de Alenquer que se mobilizou em conjunto com Azambuja para diminuir a taxa de sinistralidade na Nacional 3 e exigir medidas, ficou sem obras no seu território por parte da Infraestruturas de Portugal. José Martins, presidente da junta do Carregado, diz mesmo que o concelho de Alenquer é o único atravessado por aquela via que não é contemplado com semáforos que muita falta fazem especialmente em Casal Pinheiro.
Ainda durante o anterior Governo, uma comitiva composta pelo então deputado na Assembleia da República João Nicolau, o vereador da Câmara Municipal de Alenquer, Tiago Pedro, e o presidente da Junta da União de Freguesias de Carregado e Cadafais, José Martins, expuseram a 16 de junho do ano passado perante o anterior Secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, os graves problemas de trânsito e de segurança entre o Carregado e o Casal Pinheiro na Nacional 3. O governante garantiu que ia articular no sentido de lançar mão de um projeto de reabilitação dos primeiros 16 quilómetros desta via e antes disso reforçar a segurança rodoviária, o que acabou não se efetivar.
José Martins lembra que para além dos semáforos ficou de ser construída uma rotunda na saída da Estrada do Carril à entrada de Vila Nova da Rainha. “A IP não tem a menor sensibilidade quanto a resolver problemas na nossa freguesia. Temos buracos na interseção da Nacional 1 com a Nacional 3 que continuam lá. Fartamo-nos de reclamar e nada”.
Quanto ao facto de Azambuja contar com obras e o Carregado/Alenquer ter ficado de fora, ilustra – “Não percebo por que razão começaram a encher o copo por cima e não por baixo, porque todo o trânsito que chega ao concelho vizinho passa primeiro por aqui, porque se houver um acidente no Carregado, as rotundas mais à frente não vão servir para nada”. Pedro Folgado, presidente da Câmara de Alenquer, também lamenta a falta de disponibilidade da IP para com o seu concelho no que à Nacional 3 diz respeito. “Nós teríamos de fazer a obra na Estrada do Carril, melhorando-a. Esta via passa nas traseiras da EDP, (o que permitiria libertar o trânsito de pesados do interior do Carregado), mas a IP teria de avançar com a rotunda junto a Vila Nova da Rainha, mas nunca registei interesse da parte deles, e quanto aos semáforos continuamos a insistir”.