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Escoteiros de Vila Nova da Rainha falam com os astronautas

Vila Nova da Rainha conta com um grupo de escoteiros desde há três anos. Recentemente o grupo levou a cabo uma iniciativa de intercâmbio, o “Jota-Joti”, com a presença de outros grupos escotistas, e dos bombeiros de Azambuja, em Vila Nova da Rainha. Cerca de 250 pessoas estiveram presentes. As atividades de radioamadorismo normalmente deixam os olhos dos jovens escoteiros a brilhar, e no ano passado conseguiram entrar em contacto com radioamadores do outro lado do planeta, nomeadamente, da Nova Zelândia e do Japão, e até com os astronautas da estação espacial. Um momento que é sempre de muita excitação para todos.

Marco Mateus, chefe dos escoteiros de Vila Nova da Rainha, conta que no terceiro fim de semana de outubro, o canal é aberto pelos astronautas, só para quem frequenta este tipo de atividade, que é replicada um pouco por todo o mundo. “Já tivemos a sorte de os contactar neste nosso Jota-Joti o ano passado (maior evento digital esco/utista a nível mundial, que se realiza na Internet), mas também antes desse acontecimento. Trata-se de uma comunicação muito rápida em que dizemos quem somos e de onde estamos a falar. Neste momento Vila Nova da Rainha já tem três comunicações registadas na Estação Espacial Internacional”.

“É muito giro porque nunca pensamos na distância a que aquele astronauta se encontra. Comecei o escotismo com seis anos de idade e lembro-me que da primeira vez que falei com eles foi extremamente entusiasmante. Apesar de ser um pequeno contacto é algo que nos marca bastante”, acrescenta a chefe Cátia Mateus, com 24 anos. “Normalmente temos uma janela de oportunidade de 15 minutos enquanto a estação está a passar por cima da Península Ibérica, e durante essa altura está o país todo a tentar”.

Grupo é como se fosse “uma família”

Estas atividades conjuntas com outros grupos de escoteiros “são muito importantes pois reforçam os laços de que pertencemos todos a uma mesma comunidade”, reforça Cátia Mateus.

Recentemente, este grupo escotista conseguiu instalações e ficará provisoriamente na Casa da Juventude em Azambuja para realização das suas atividades todos os sábados, e por isso Marco Mateus expressa o seu agradecimento ao município que tem sido um parceiro importante, mas enaltece ainda o papel da junta de freguesia de Vila Nova da Rainha que tem sido “igualmente incansável”. “O senhor vereador Matos faz tudo por nós”, acrescenta ainda. O concelho conta ainda com dois agrupamentos de escuteiros, neste caso apenas com elementos da igreja Católica, enquanto os escoteiros contam com pessoas dos vários credos religiosos. Marco Mateus relata que há um bom entendimento entre todos. “Nós e os outros dois grupos sonhamos com a possibilidade de ser desenvolvido algo no parque ambiental tendo em conta as nossas atividades”.

Marco Mateus desmistifica que esta atividade seja “elitista e para ricos”. “Temos um valor de 25 euros anual que serve para pagar o seguro e fundo de maneio para as nossas atividades, o restante tentamos que seja a custo zero, mas não é fácil porque a logística e o transporte têm custos. Nesta nossa atividade do Jota-Joti de dois dias, com alimentação incluída, cada jovem pagou apenas oito euros, mas que inclui ainda os prémios e as lembranças que vamos atribuir”. Como muitas outras coletividades, este grupo vive da angariação de fundos através da venda de bolos, pão com chouriço, “só a título de exemplo”.

O grupo realiza muitos acampamentos ao longo do ano que são a essência da vida escotista, nomeadamente, num mosteiro ortodoxo no concelho de Vila Franca de Xira. Os fogos de conselho são também um dos pontos altos do programa dos escoteiros de Vila Nova da Rainha.

Várias pessoas da mesma família decidiram abraçar o escotismo

Muitos jovens do concelho de Azambuja têm ingressado neste grupo. É o caso de Leonor Quinteiro, 15 anos, pioneira, que abraçou a atividade há pouco tempo, um ano. “Uma amiga minha andava sempre a insistir para ir para os escoteiros. Entrei a pensar que seria algo diferente, mas descobri que isto é incrível, porque encontrei uma família”. Rúben Mateus, também pioneiro, com 12 anos e escoteiro desde os oito e revela-se um entusiasta da de todas as atividades e recorda o acampamento que fizeram no verão numa base militar em Oeiras. Afonso Pinto, explorador, com 15 anos, e foi a convite de Marco Mateus que veio para o grupo. “Ele era meu treinador de futebol na União Desportiva e de Recreio de Vila Nova da Rainha e decidi vir”. Jessica Marques, 15 anos, também ingressou a convite do chefe Marco Mateus. Gosta principalmente dos acampamentos. Rafael Pinto é o lobito do grupo. Tem sete anos e diz querer ser escoteiro durante muito tempo. Ana Mateus, é a denominada chefe da alcateia. Considera que atualmente os grupos de escuteiros ou de escoteiros são procurados pelos pais para inscreverem os seus filhos “porque temos atividades ao ar livre com o intuito de os tirar da frente dos computadores”. A Beatriz é a caminheira do grupo e acompanha os outros colegas nos gostos. Grace Pinto é a mãe do Rafael e de outro jovem que já fazia parte “e o chefe desafiou-me para fazer parte e o marido veio também.”

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