Depois do regresso da Escola Almeida Grandella, de Tagarro, à posse da Câmara Municipal de Azambuja, o próprio presidente da autarquia, Silvino Lúcio, fez questão de ser ele a reabrir a porta do edifício, depois de vários anos nas mãos de empresas privadas. Na última sessão do executivo, o autarca deu conta que foi encontrar um edifício completamente degradado e vandalizado, onde até parece que “andaram lá a dar marretadas na parede”.
A informação surgiu na sequência de ter chegado ao conhecimento dos vereadores da oposição um e-mail por parte do último proprietário que se queixou da atuação do município neste processo de entrega de chaves, argumentando até que ainda estavam equipamentos do próprio no interior do espaço. Recorde-se que o equipamento esteve na posse de duas empresas que nunca pagaram IMI pela ocupação do imóvel que foi concessionado à Nobre Gomes e Filhos SA, e depois à OceanThon- Investimentos Turísticos SA num processo que nem sempre foi claro. A primeira empresa terá celebrado uma transmissão do direito de superfície à segunda, mas sem que houvesse registo nas Finanças nem na Conservatória. Este tipo de acordo do município com privados prolongou-se durante 20 anos e numa das reuniões de Câmara realizadas já este ano, PSD e Chega lamentaram a falta de fiscalização do município ao que se ia passando por terras de Tagarro.
Silvino Lúcio deu a conhecer que quando chegou à escola de Tagarro deu com “bastante matagal” à porta e “lixo com fartura”, dando a entender que o antigo proprietário não teve cuidado na manutenção do espaço. Foram ainda arrancados cabos e câmaras de videovigilância. O autarca convidou a oposição a tomar conhecimento do estado de sítio na Escola Almeida Grandella em causa, e anunciou que pretende agora desenvolver no local um projeto ligado à Educação.