Este ano cumprem-se 500 anos do nascimento do maior poeta português, Luís de Camões, e para assinalar a data, a Câmara de Alenquer descerrou um painel comemorativo. O poeta que viveu e morreu (1580) no século XVI teve uma passagem documentada pelo concelho e o último 10 de junho contou com uma homenagem no Jardim das Águas, em Alenquer, com o descerramento de um painel que exalta o meio milénio desde o nascimento do autor de ‘Os Lusíadas’.
Na cerimónia, Pedro Folgado, presidente do autarquia, considerou ser “importante ter mais um apontamento sobre Camões em Alenquer”, mencionando a presença do escritor intemporal nos Paços do Concelho e junto ao Rio Alenquer. “Para além de figuras como Damião de Góis, Pêro de Alenquer e outros, é importante fazer referência a Camões e ligá-lo a Alenquer. Faz sentido contarmos com este painel comemorativo e fazer a ligação a esta área da vila. Agradeço a todos os que cooperaram, tiveram memória e tornaram este momento possível, desde a ALAMBI aos trabalhadores da Câmara Municipal. Agradeço a todas e todos os que se envolveram neste processo”, referiu.
“Apesar de singela, esta é uma cerimónia importante na medida em que devemos retirar partido da nossa relação com Camões. O país tem os seus ícones, tem a bandeira, o hino e tem símbolos. Tem, também, inúmeras personalidades que se afirmaram e merecem o reconhecimento. Era importante ter este pequeno memorial a Camões em espaço público”, adiantou ainda o vice-presidente Tiago Pedro.
O vereador Nuno Miguel Henriques homenageou também o poeta, entoando alguns dos poemas mais reconhecidos. A cerimónia encerrou com um momento cénico e com a representação do próprio Luís de Camões em pleno Jardim das Águas, a que este aludiu em vida e mostrou ser conhecedor.
‘Alanquer por onde soa / O tom das águas frescas entre as pedras, / Que murmurando lava’.
A estrofe 61 do Canto III d”Os Lusíadas’ aponta à mais que possível passagem pelo sítio que consigna a homenagem de um autor cujo local de nascimento ainda se desconhece, 500 anos depois. Alenquer é, precisamente, um dos possíveis berços, apontados a Camões, cujas menções foram sendo levantadas por historiadores e investigadores ao longo dos últimos séculos. O legado de Camões em Alenquer principiou umas décadas antes. Antes de Luís, o trisavô Vasco Pires de Camões já havia sido alcaide da vila e do castelo. Ainda no concelho, Luís Vaz de Camões relevou a empatia que nutriam por ele, na estada na Índia, quando revelou numa carta: “(…) vivo aqui mais venerado que os touros da Merceana”. São estes apenas alguns dos momentos em que o poeta português revelou uma ligação ao território alenquerense.
A homenagem justifica-se pela honra que a vila ostenta em ser mencionada numa das obras mais importantes da literatura portuguesa – ‘Os Lusíadas’ – e pela relação contínua de Camões com Alenquer em vida.
O painel comemorativo elaborado pelo Município de Alenquer aconteceu no seguimento do repto lançado pela Associação para o Estudo e Defesa do Ambiente do Concelho de Alenquer (ALAMBI).