Escrevo estas linhas já depois de dezenas de debates entre os líderes dos vários partidos políticos, de muitas sondagens para todos os gostos e de infindáveis horas de comentários nas televisões e nas rádios, em que os comentadores declararam vitórias e derrotas ao sabor das circunstâncias do momento e quantas vezes em contradição com o que tinham dito na véspera…
Assentemos os pés na terra! O resultado das eleições do próximo dia 10 de Março ainda não existe. E só haverá um resultado depois dos eleitores colocarem o seu “voto” na urna. Até lá nada está decidido.
Aqui chegados importa ver as circunstâncias em que estas eleições legislativas foram marcadas e olhar para a única certeza que todos já temos.
A legislatura foi interrompida de forma (in)esperada e depois do esboroar da maioria absoluta do PS, na sequência da demissão de 14 membros do governo, de muitos casos e casinhos e da degradação evidente da situação política e social. O Serviço Nacional de Saúde entrou em colapso. Nas escolas é o caos com a falta de professores. Os tribunais paralisaram com uma justa greve dos funcionários judiciais que dura há mais de um ano. Nas forças de segurança reina a confusão e o sentimento de injustiça por parte de quem é militar da GNR e agente da PSP. A extinção do SEF criou uma balbúrdia na entrada de imigrantes e aumentou as situações degradantes de uma imigração descontrolada. A crise da habitação cresce ao ritmo da subida dos juros e dos anúncios de “agora é que é” por parte de quem foi ministro da Habitação nos últimos anos. E o volume de impostos que cada um paga nunca foi tão alto!
“A proposta eleitoral de Luis Montenegro é de mudança, a de Pedro Nuno é de natural continuidade com os resultados que já elenquei e que todos sentimos”
Estas são, de forma resumida, as circunstâncias que levaram às eleições do dia 10 de Março. E se ainda nada está decidido quanto ao resultado destas eleições, há uma única certeza que os eleitores já têm nas suas mãos: o próximo primeiro-ministro será Luis Montenegro, líder da Aliança Democrática, ou Pedro Nuno Santos, secretário-geral do Partido Socialista.
A proposta eleitoral de Luis Montenegro é de mudança, a de Pedro Nuno é de natural continuidade com os resultados que já elenquei e que todos sentimos.
É óbvio que qualquer um deles tem virtudes e defeitos. Luis Montenegro tem um estilo mais apagado e sereno. Pedro Nuno é mais exuberante e palavroso. Luis Montenegro tem demonstrado que é ponderado, conhece os vários dossiers e sabe o que quer para Portugal. Pedro Nuno é mais “acelerado”, impulsivo e como ministro teve um desempenho recheado de decisões trapalhonas e de anúncios fantásticos que nunca saíram do powerpoint ou do papel.
Um deles será o próximo primeiro-ministro de Portugal. E com todo o respeito pelas outras forças partidárias, a verdade é que só Luis Montenegro ou Pedro Nuno Santos podem conquistar essa responsabilidade.
Mais. Até as condições de governabilidade já foram definidas em torno deles e por eles. Caso vença as eleições sem maioria absoluta, Luis Montenegro admite negociações parlamentares, nomeadamente em sede de orçamento de estado, apenas com a Iniciativa Liberal e com o PS. Pedro Nuno já manifestou disponibilidade para um acordo que junta Bloco de Esquerda, PCP e Livre.
Os eleitores já têm os principais dados para tomar a sua decisão eleitoral. Se querem mais do mesmo devem arriscar em Pedro Nuno Santos e no PS. Se querem uma mudança segura com um primeiro-ministro responsável devem escolher Luis Montenegro e a Aliança Democrática.
A Mudança está nas vossas mãos!
*Advogado e Candidato a Deputado pela AD no círculo eleitoral de Lisboa