A noite das autárquicas de 2025 redesenhou o mapa político da região de influência do Valor Local, com mudanças em várias câmaras e confirmações noutros municípios. Entre vitórias esperadas, surpresas e reviravoltas, os eleitores deram uma nova configuração às autarquias locais, em vários dos nossos municípios. Em Azambuja, o socialista Silvino Lúcio voltou a ganhar a presidência da Câmara Municipal, garantindo uma vitória expressiva após uma campanha centrada na proximidade. Margarida Lopes, do PSD, ficou em segundo lugar, seguindo-se Inês Louro, candidata do Chega, e António Torrão da CDU, que completou o grupo dos quatro mais votados, e que à semelhança do que aconteceu em 2021, deverá dar a mão aos socialistas no executivo, para se garantir a maioria absoluta
Em Alenquer, João Nicolau, do Partido Socialista, venceu as eleições ao Movimento Todos, de Francisco Guerra, que ficou em segundo lugar. O Chega alcança a vereação através de Carlos Sequeira, e Tiago Pedro, candidato independente, o quarto lugar. De fora do elenco camarário fica a CDU de Ernesto Ferreira,
Em Arruda dos Vinhos, Carlos Alves, também do PS, manteve a liderança socialista e reforçou a continuidade do projeto político local. A coligação entre PSD, Iniciativa Liberal e CDS-PP, encabeçada por Rute Miriam, garantiu o segundo lugar, demonstrando que a oposição de centro-direita mantém expressão, ainda que insuficiente para ameaçar a maioria. A estabilidade política do PS em Arruda confirma-se. O Chega de Paula Salema ficou de fora do elenco camarário
Em Sobral de Monte Agraço, o PSD alcançou uma vitória clara com Raquel Lourenço, que sucede à anterior gestão comunista. Completamente outsider, Raquel Lourenço desalojou a CDU do poder, depois de mais de quarenta anos à frente dos destinos desta autarquia, A nova presidente obteve vantagem expressiva, enquanto a CDU, liderada por Luís Soares, ficou em segundo lugar e o PS, com Fátima Estêvão, em terceiro.
Em Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira, do PS, confirmou o favoritismo e assegurou novo mandato. A Coligação Nova Geração, de David Pato Ferreira, ficou em segundo lugar, o Chega, com Barreira Soares, consolidou-se em terceiro, e a CDU, liderada por Cláudia Martins, em quarto. Um duro revés para uma força política que já chegou a ser Câmara e era até aqui a segunda força política. O concelho continua a ser um dos bastiões socialistas na região, mas os resultados revelam que as forças à direita, incluindo novas formações, ganharam terreno. O Chega conseguiu ultrapassar as margens tradicionais e reforçar presença eleitoral em freguesias urbanas e periféricas.
Em Benavente, a vitória coube à coligação PSD e CDS-PP, com Sónia Ferreira a conquistar a presidência da câmara. O Chega, liderado por Frederico Antunes, alcançou o segundo lugar, seguido pela CDU de Hélio Justino e pelo PS de Pedro Gameiro. Esta mudança de ciclo político traduz um desgaste da gestão CDU e a capacidade do centro-direita em unir esforços locais. A nova presidente entra num contexto de forte expectativa quanto à gestão de projetos económicos e à reorganização de serviços municipais.
Em Salvaterra de Magos, a surpresa da noite eleitoral pertenceu a Helena Neves, do movimento independente Juntos Fazemos Mais, que conquistou a presidência da câmara perante o PS de Francisco Madelino. Samuel Germano, do Chega, ficou em terceiro e José Manuel Coelho, do PSD, em quarto. A vitória de um movimento local de uma candidata que era vice-presidente socialista, confirmou a sua popularidade entre o eleitorado que deu sucessivas maiorias a Hélder Esménio.
Por último no Cartaxo, João Heitor reforça ainda mais a sua maioria absoluta após ter vencido a Câmara pelo PSD há quatro anos face a sucessivas vitórias do PS no passado. Em segundo ficou o PS de Ricardo Magalhães e em terceiro o Chega de Luísa Areosa.
O mapa autárquico da região revela, assim, uma pluralidade política sem precedentes. O PS continua a ser a força dominante em Vila Franca de Xira, Azambuja, Alenquer e Arruda dos Vinhos, mas o PSD e as coligações de centro-direita afirmaram-se em Sobral de Monte Agraço e Benavente. O Chega surge como terceira força em vários concelhos e conquista espaços de representação relevantes. Os movimentos independentes, como o Juntos Fazemos Mais, confirmam que a política local ainda se faz da relação direta com os cidadãos e da capacidade de mostrar resultados.