A época de incêndios tem trazido também preocupações ao concelho de Azambuja, sobretudo nas zonas mais a norte, ainda que o cenário atual esteja dentro do esperado para esta altura do ano. Até ao momento, o município regista 3,5 hectares de área ardida e 25 ocorrências, segundo a vereadora Ana Coelho, responsável pela pasta da Proteção Civil.
“Felizmente nada de muito complicado. Os nossos bombeiros e o nosso dispositivo municipal têm funcionado bem, e temos conseguido controlar os incêndios”, refere a autarca ao Valor Local, que destacou, ainda, que algumas das ocorrências não passaram de falsos alarmes. Um dos fogos mais recentes teve origem num acidente rodoviário na Nacional 366, quando um veículo incendiado propagou as chamas ao mato junto à berma da estrada.
O inverno rigoroso contribuiu também para a acumulação de vegetação densa, dificultando os trabalhos habituais de prevenção. “Tivemos chuva muito mais tardia, o que impediu a execução atempada das faixas de gestão de combustível”, explica Ana Coelho, referindo ainda que, apesar disso, os trabalhos estão em curso.
Um cenário que se encontra dentro do que é costume
Em comparação com anos anteriores, o cenário mantém-se dentro da média: “Temos tido anos em que um único incêndio ultrapassa esta área ardida. Este ano, estamos dentro do que é expectável para o mês de julho”, garantiu a vereadora.
O dispositivo de combate no concelho está ativo e conta com duas corporações de bombeiros em alerta 24 horas por dia, equipas de intervenção permanente, e ainda a colaboração da GNR, das equipas florestais e da Proteção Civil Municipal. A vigilância inclui também um posto de vigia localizado no Moinho, em Alcoentre, que permite cobertura visual de grande parte do território concelhio. “O balanço é muito positivo. Tem havido um trabalho de equipa entre todas as entidades, e isso tem permitido uma resposta rápida e eficaz às ocorrências”, destacou.
Limpeza dos terrenos é um desafio
Apesar dos esforços, subsiste um problema estrutural: a dificuldade em localizar os proprietários dos terrenos. “Os cadastros continuam desatualizados, os registos nas conservatórias nem sempre correspondem à realidade, e é muito difícil contactar muitos dos proprietários”, lamenta Ana Coelho. Ainda assim, a autarquia tem feito notificações com o apoio das finanças e das conservatórias para tentar garantir a limpeza dos terrenos.
A vereadora deixou ainda um apelo direto à população: “Não podemos ter comportamentos de risco. Nesta altura do ano, não são permitidas queimas nem queimadas. Pedimos à população que esteja atenta e que colabore”.
Ana Coelho fez ainda questão de deixar agradecer aos agentes no terreno: “Quero agradecer a todos os bombeiros do concelho pelo trabalho incansável que têm feito. Muitos deles estão também destacados em incêndios fora do município, como em Alcanede e Ponte de Lima, e continuam a demonstrar um espírito de missão exemplar.”